O secretário da Reconstrução Gaúcha, Pedro Capeluppi, estará em Lajeado na manhã desta segunda-feira, 17, para ouvir as demandas da região em relação ao projeto de concessão do Bloco 2 de rodovias gaúchas, que envolvem estradas que passam pelo Vale do Taquari e pela região Norte, incluindo a RSC-453. O encontro será no auditório do prédio 11 da Universidade do Vale do Taquari (Univates), às 9h.
Os prefeitos de Mato Leitão, Arly Stöhr, o Flecha, e de Venâncio Aires, Jarbas da Rosa, confirmaram presença na agenda. O encontro contará com a presença de representantes de diversas entidades regionais, entre elas a Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat), a Associação dos Vereadores do Vale do Taquari (Avat), o Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat) e a Associação dos Municípios do Alto Taquari (Amat).
De acordo com o presidente da Amvat e prefeito de Sério, Sidinei Moisés de Freitas, entre as reivindicações apresentadas pelo grupo está a inclusão de algumas obras. “Também discutiremos a possibilidade do Estado fazer um aporte financeiro maior do que aquele que está fazendo. Ou seja, o Estado está propondo R$ 1,3 bilhão e nós solicitamos cerca de R$ 800 a R$ 900 milhões a mais. Essa é a nossa pretensão”, relata.
Segundo ele, essa solicitação está sendo feita porque as lideranças regionais querem a redução na tarifa do pedágio. “Entendemos que a tarifa possível do Vale do Taquari arcar seja algo em torno de R$ 0,14 a R$ 0,17 por quilômetro e, hoje, o Estado está trabalhando com uma faixa de custo de R$ 0,23 por quilômetro rodado. Entendemos que esse valor é muito excessivo”, destaca. No caso de Venâncio Aires, há previsão de instalação de um pórtico de pedágio no formato free flow no quilômetro 10 da RSC-453.
Pedágio e obras
Freitas ainda salienta que os representantes regionais compreendem que as obras são necessárias e importantes para o desenvolvimento do Vale. “Não podemos abrir mão de muitas das obras que estão elencadas em todo o projeto que está sendo apresentado pelo Governo do Estado para a concessão”, ressalta.
O presidente da Amvat ainda explica que há um entendimento de que o pedágio é necessário. “O Estado não vai ter capacidade e nem aporte financeiro para a realização das obras que são necessárias nas nossas rodovias. Por isso, entendemos a necessidade do pedágio, mas não nos patamares de valores que estão sendo apresentados pelo projeto. Então nós, prefeitos da Amvat, somos contrários a esta situação”, afirma.
Além dos pedidos relacionados a um valor mais baixo da tarifa de pedágios na região, as lideranças vão pleitear mais tempo para análise do projeto de concessão, participação popular e intenção de alterações. Pelo prazo original, esse período encerraria na próxima sexta-feira, 21. “Nós precisamos de mais tempo para que os novos prefeitos possam se inteirar do projeto, para que nós possamos fazer um cálculo e melhor nos apropriar dele e perceber quais são as obras que podem ser postergadas e quais têm uma necessidade imediata”, defende Freitas.
“Precisamos encontrar um número que seja plausível, que seja aceitável e que seja adequado para a situação que vivemos no Vale do Taquari, especialmente porque estamos pagando pedágio há muitos anos e poucas obras contundentes, ou praticamente nenhuma, aconteceram ao longo desses mais de 20 anos em que a gente já está pagando o pedágio.”
SIDINEI MOISÉS DE FREITAS
Presidente da Amvat
Saiba mais
- Conforme a modelagem divulgada pelo Governo do Estado, o Bloco 2 de concessão de rodovias gaúchas contempla a RSC-453, ERS-128, ERS-129, ERS-130, ERS-135, ERS-324 e BR-470, situadas no Vale do Taquari e na região Norte.
- Os investimentos previstos para qualificar as sete estradas que integram o bloco serão de R$ 6,7 bilhões, em 30 anos de concessão com a iniciativa privada. A estruturação conta com a parceria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
- O Bloco 2 abrange 32 municípios e tem um total de 414,91 quilômetros de extensão. A concessão prevê a duplicação de 244 quilômetros e a implementação de 101 quilômetros de terceiras faixas para ampliar a fluidez e a segurança das estradas da região. Também estão previstos 24 pórticos instalados nas rodovias. (Fonte: AI Governo do Estado)