Quem vive – ou viveu, nos últimos 30 anos – o futebol de Venâncio Aires, conhece ou já ouviu falar de Paulo Rogério dos Santos, o Vovô, hoje com 64 anos. Ele fez parte do time do Guarani campeão estadual amador, em 1988, e de tantas outras equipes históricas da Capital do Chimarrão.
Sempre foi requisitado pelos clubes pela qualidade com a bola no pé e característica de jogador de grupo e, dessa forma, teve uma trajetória reconhecida na bola. Aliás, ainda dá os seus chutes por aí, principalmente nos jogos de equipes veteranas disputadas nos sábados à tarde.
Só que, neste domingo, 2, ele virou assunto por uma atitude tomada fora de campo. Vovô foi acompanhar os jogos do 25 de Julho, de Vila Santa Emília, pela Copa Serrana e, ao ouvir de um dirigente do clube que era cada vez menor o número de pessoas dispostas a ajudar times e comunidades, se colocou à disposição.
A função? Gandula. Isso mesmo. Vendo a dificuldade da diretoria da equipe mandante, ele buscou as bolas durante a tarde inteira, tanto na partida dos Aspirantes, quanto no jogo da categoria Titulares. Na praça de esportes, todos fizeram comentários no sentido de que as comunidades e clubes só não acabam porque contam com pessoas como Vovô, que mesmo sem jogar continua sendo protagonista.
Um dos colaboradores do 25 de Julho, Paulinho Silva, enviou mensagem ao repórter do Olé Esporte Clube e diretor da Rádio Terra FM, Daniel Heck, destacando a atitude de Vovô. “Hoje, no 25, aconteceu um negócio que nunca imaginei, e ninguém vai acreditar. Vovô, que pra quem não conhece, jogou muito futebol e é uma lenda viva dos bons tempos do futebol em Venâncio Aires, foi com a esposa almoçar comigo e minha esposa no 25. Aí falei que não se arruma mais ninguém pra buscar as bolas que vão pra fora do campo. Vovô ficou de gandula nos Aspirantes e nos Titulares, procurando bola no meio do mato. Isso só tem duas palavras: humildade e amizade”, escreveu.