Com a voz e o coração, grupo vocal venâncio-airense encanta

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Seis mulheres com diferentes idades, profissões e histórias de vida, mas movidas por uma paixão em comum: cantar. Beatriz, Liviane, Janice, Vanilda, Bernadete e Alexandra formam o Grupo Vocal Feminino Venâncio em Canto. Sob regência do professor de música Paulo Schonarth, o grupo surgiu em maio do ano passado e é ligado ao coral com o mesmo nome, que já tem 24 anos de história em Venâncio Aires.

Nos ensaios semanais, realizados no Clube de Leituras, as mulheres soltam a voz e abrem o coração, num momento de presença, leveza e relaxamento. “É um momento de relaxar, me distrair. Um tempo que tiro para mim”, afirma a comerciante Beatriz Morsch, 53 anos.
A professora e supervisora escolar Liviane Cristina Keller, 45 anos, compartilha da mesma sensação. “Meu dia a dia na escola é tumultuado. Quando estou cantando, é como se tirasse a ‘capa’ de fortaleza, ficasse mais leve. Sinto que, cantando, me torno mais feminina. É o momento que posso ser eu mesma, onde me desarmo”, define.

Outra integrante do grupo vocal, a neuropsicopedagoga Alexandra Simões, 48 anos, também ressalta o quanto cantar é positivo para ela. “A música é magia na vida da gente. Quando estamos cantando, estamos no aqui e no agora, vibramos na alegria e no amor, somos muito felizes no que fizemos, em poder levar o encantamento para as pessoas”, destaca.

Beatriz, Liviane, Janice, Vanilda, Bernadete e Alexandra formam o Grupo Vocal Feminino Venâncio em Canto, sob regência de Paulo Schonarth (Foto: Juliana Bencke)

Todas as integrantes do grupo vocal também participam do Coral Venâncio em Canto. Apesar disso, tanto as cantoras quanto o professor esclarecem que há diferenças entre cantar no coral e no grupo vocal. “Por ser menor, tecnicamente possibilita que se trabalhe mais as vozes, com arranjos diferentes”, explica o regente. O uso de microfones também é um dos diferenciais, além do repertório variado, que ainda está sendo formulado pelo grupo, incluindo músicas nacionais e internacionais. A primeira apresentação do sexteto ocorreu em setembro do ano passado, durante a 2ª Noite Cultural do Clube de Leituras.
Sobre o fato de ser um grupo exclusivamente com vozes femininas, Paulinho Schonarth relembra um comentário do seu pai. “Ele sempre dizia que era muito mais bonito ouvir as vozes femininas, e concordo com isso. É muito agradável de ouvir”, menciona.

Quer ouvir uma ‘palinha’ do Grupo Vocal Feminino Venâncio em Canto? Confira o vídeo no Instagram da Folha do Mate.

Coincidências e trajetórias entrelaçadas pela música

A trajetória de cada uma das integrantes do grupo vocal e a forma como chegaram ao Coral Venâncio em Canto é diferente. No caso de Liviane, foi justamente o encantamento ao assistir a uma apresentação do coral que despertou nela a vontade de integrar o grupo, o que ocorreu há cerca de 18 anos.

“Olha aquela moça, ela canta com o coração! Um dia, também quero fazer isso”, comentou a professora, com uma colega de trabalho, enquanto prestigiava a apresentação do Venâncio em Canto em um Fórum de Educação. A moça em questão era Beatriz. Hoje, as duas sopranos cantam lado a lado, dividem o amor pela música nas horas vagas e compartilharam experiências, como terem cantado com os filhos na barriga ou colo. “É uma emoção muito grande. Muitas vezes já chorei cantando”, relata Liviane, que também tem diversas memórias de infância relacionadas à música, quando ouvia o coral formado por moradores do interior. O Salão Keller, em Linha Silva Tavares, onde morava a família, era ponto de encontro dos ensaios. “Uma vez por mês eles se reuniam, sentavam em volta de uma mesa vermelha, com um martelinho de conhaque para aquecer a voz, e cantavam”, relembra.

Registro da apresentação na Noite Cultural do Clube de Leituras, no ano passado (Foto: Leandro Osório/Divulgação Clube de Leituras)

Para Beatriz, o ingresso no Coral Venâncio em Canto ocorreu um ano antes de Liviane. Ela já tinha sido convidada duas vezes para o coral quando, em novembro de 2006, durante a missa de sétimo dia de falecimento da mãe, viu o grupo cantar. “Minha mãe era uma soprano. Quando ouvi o coral naquele dia, pensei que fosse um sinal e decidi participar”, conta.

Irmã do professor de música e regente Paulo Schonarth, Bernadete Kuhn, 66 anos, mantém o gosto pela música desde a infância. Entre as lembranças citadas por ela, está a época em que o irmão fazia aulas de música e tocava em bailes. “Eu prestava atenção quando ele ensaiava e, quando largava o violão, eu pegava para tocar”, recorda Dete. Outra inspiração para ela eram apresentações de música no hospital, quando trabalhava no local. “Sempre achei muito bonito. Quando o Paulo me convidou para entrar no coral, fiquei muito feliz.”

Já a relação de Alexandra com a música se intensificou com aulas de violão com Paulinho Schonarth. Na época, ela trabalhava na escola da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e o objetivo era, por meio da música, desenvolver a linguagem das crianças. Em 2012, veio o convite para integrar o coral. Quando criança, no entanto, ela já cantava no coral e integrava a banda da Escola Estadual de Ensino Médio Monte das Tabocas, regida por Ivo Seidel, tocando escaleta.

A professora Janice Isabel Reis, 59 anos, também iniciou cantando na infância, no coral em Vila Palanque. Com o tempo, começou a tocar violão, instrumento utilizado com frequência na sua atuação em sala de aula. “Sempre usava a música para desenvolver as potencialidades das crianças, mas não sabia como desenvolver a parte musical”, comenta. O assunto, pelo qual sempre se interessou, foi tema do projeto de especialização em ‘Educação: a pequisa como princípio pedagógico’, no Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) campus Venâncio Aires.

A orientadora dela no trabalho foi a professora de música Vanilda Lídia Ferreira de Macedo, 43 anos. Entre estudos, rodas de chimarrão e gostos em comum, surgiu uma amizade e o convite para que Vanilda se somasse ao Coral Venâncio em Canto, do qual Janice e o marido Olívio participam há anos. “Sou a ‘estrangeira’ do grupo e a mais nova integrante”, define Vanilda, que é natural de Palhoça, em Santa Catarina, e se mudou para Venâncio Aires após a aprovação no concurso como docente do IFSul.

Assim como outras integrantes do grupo vocal, ela também tem inspirações familiares na música. “Minha avó cantava na igreja. No dia da minha Primeira Comunhão, eu cantei um solo na missa e depois disso nunca mais parei. Minha irmã me ensinou a tocar violão e depois segui profissionalmente na área”, conta a professora de música.



Juliana Bencke

Juliana Bencke

Editora de Cadernos, responsável pela coordenação de cadernos especiais, revistas e demais conteúdos publicitários da Folha do Mate

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