Produção de frutas cítricas anima e aumenta a oferta em Venâncio

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Depois de ciclos irregulares devido ao clima, Venâncio projeta uma boa produção de frutas cítricas, como laranja, bergamota e limão.

Nos últimos cinco anos, quando não era falta de chuva, era o excesso dela, situações que impactaram diretamente na produção de citros em Venâncio Aires. Como consequência, quantidades menores de frutas nos pés ou com pouco suco ou sabor. Mas, para 2025, o cenário é bem mais animador ao observar os pomares de laranja, bergamota e limão. “Faz tempo que não tem uma supersafra, podemos dizer que esta é normal. Este ano é melhor que ano passado e anos anteriores, que sofreram devido a problemas com clima. Então depois de um bom tempo, temos uma safra de produção boa e de qualidade”, afirma Vicente Fin, chefe do escritório local da Emater.

Produção de limões deve dobrar nesse ano na propriedade da família Hackenhaar (Foto: Débora Kist/Folha do Mate)

Ao encontro dele, está a opinião de Ângelo Hackenhaar, 43 anos, produtor de frutas em Vila Santa Emília. “Só na produção de limões, vai dobrar. A laranja também vai vir bem. Tivemos chuvas regulares entre dezembro e janeiro e isso foi fundamental”, resume o agricultor, ao avaliar os 900 limoeiros Taiti e 800 laranjeiras da variedade Valência (suco). Em quantidade, Hackenhaar colheu 25 toneladas de limões em 2024 e agora projeta 50. Das laranjas, os pés renderam 30 toneladas no ano passado e para o atual ciclo acredita que vai chegar em 50 toneladas. “Em 2023 colhi só 15 toneladas de cada um”, compara.

Cooprova

Além dos pomares comerciais no interior de Venâncio, pés carregados também são percebidos nos pátios de casa ou em pequenos pomares domésticos, atestando uma maior quantidade. Sobre oferta maior, aliás, também é algo mencionado por Mônica Moraes, presidente da Cooperativa dos Produtores de Venâncio Aires (Cooprova). “No geral, está muito bem, é resultado de uma boa produção. Esse ano tem bastante oferta dos associados, com muita laranja e bergamota que estamos levando para a merenda escolar e com boas entregas no PAA”, destaca Mônica, se referindo ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

Ângelo Hackenhaar mantém cerca de 800 pés de laranja em Vila Santa Emília (Foto: Débora Kist/Folha do Mate)

1,4 mil toneladas – é o que deve ser colhido de laranjas, bergamotas e limões em Venâncio em 2025, considerando apenas pomares comerciais.

93 – é o número de famílias de Venâncio que produzem laranja, limão e bergamota em escala comercial.

Mosca nas frutas cítricas

Embora o clima tenha contribuído para uma produção mais farta em 2025, a temperatura fora do padrão para o outono vem ajudando na proliferação de uma praga, a chamada mosca da fruta. Na prática, a estação não está tão fria como já era característico de outros anos, portanto o calor vem acelerando o ciclo da mosca. “O ciclo aumenta o tempo dele quanto mais frio estiver, entre a ovoposição, a queda da fruta, virar a mosca e botar o ovo novamente. Quanto mais alta temperatura, mais rápido esse ciclo, ou seja, quanto mais frio, menos reproduz a mosca”, explica Vicente Fin.

Em muitos pomares domésticos, mosca da fruta já deixou o estrago: frutas podres e caídas (Foto: Débora Kist/Folha do Mate)

Além de um outono mais quente, o chefe da Emater destaca que, neste ano, houve uma produção menor de frutas silvestres como pitanga, cereja e araçás. “Se tivesse mais fruta no mato, as moscas ficariam por lá, entre as nativas. Não tendo, procuram onde tem e acabam encontrando as frutas dessa época, que são os citrus, seja em pomares domésticos ou comerciais.”

Vicente Fin observa que em caso de pomares domésticos, dificilmente há a preocupação com o controle, então é comum ver muitas frutas apodrecendo e caindo dos pés. Já quem trabalha com escala comercial, usa de mecanismos para controle das pragas, como defensivos. Para quem tem em casa, ele sugere “fazer um buraco de mais de 60 centímetros de profundidade e a terra que vai sobre as frutas alcançar mais de 40 centímetros. Assim evitaríamos o ciclo da mosca.”



Débora Kist

Débora Kist

Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) em 2013. Trabalhou como produtora executiva e jornalista na Rádio Terra FM entre 2008 e 2017. Jornalista no jornal Folha do Mate desde 2018 e atualmente também integra a equipe do programa jornalístico Terra em Uma Hora, veiculado de segunda a sexta, das 12h às 13h, na Terra FM.

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