A rotina da reportagem nos possibilita experiências muito especiais: conhecer pessoas, descobrir histórias e ter a oportunidade de contá-las. Não há maior delícia para um repórter do que identificar uma boa história, sentar com seu bloquinho de anotações em frente a uma fonte e ter o privilégio de ouvir detalhes, motivações, coincidências, singelezas da rotina, reflexões e observações sobre o passado. Ouvir ‘gente comum’, como nos referimos às fontes não oficiais.
Sempre considerei um privilégio ser recebida nas casas das pessoas, que dedicam seu tempo, sua confiança, suas histórias conosco. Por outro lado, sabemos o quanto esses momentos são importantes para quem, muitas vezes, ainda não teve a chance de conceder uma entrevista e ‘sair’ no jornal.
No início desta semana, tive o prazer de conhecer o casal Armindo e Helena Böhm, de Vila Santa Emília. Quem me falou sobre a história deles foi a filha Veralice Reckziegel. Para produção do caderno especial sobre os 100 anos da Escola Estadual de Ensino Fundamental São Luiz, que foi publicado na edição da última quinta-feira, 5, conversei com diversas pessoas do 4º Distrito, cujas trajetórias estavam ligadas ao educandário.
Com uma memória incrível, Armindo, aos 85 anos, e Helena, aos 83, relataram etapas importantes da escola vivenciadas por eles. Ela estudou na antiga escola, cujo prédio hoje sedia o necrotério da localidade. Foi aluna de Mathias Lenz, professor que dirigiu a instituição por três décadas. Além disso, é irmã dos professores Edgar José Frölich (que foi diretor da Escola São Luiz) e Léo João Frölich (que dá nome à escola de Linha 17 de Junho). Seu Armindo foi um dos pedreiros responsáveis pela ampliação do atual prédio da escola. O pai dele construiu a antiga sede. Os filhos do casal e diversos outros familiares foram estudantes da São Luiz, onde a filha Veralice também trabalhou.
Dá para imaginar o orgulho deles em ser fonte de informação para a reportagem sobre o centenário da escola. Contagiante também foi a alegria em receber a vista desta repórter e do colega Renan Zarth. Não teve como não se emocionar quando eles mostraram um recorte de jornal de 1997, quando a Folha do Mate completou 25 anos e divulgou o nome dos 25 primeiros assinantes – entre eles, Armindo Böhm. Desta vez, seu Armindo e dona Helena saíram no jornal com direito a foto, citação no texto e o reconhecimento merecido, como fontes de informação em uma data cheia de significado: os 100 anos da escola que é o coração de Santa Emília. Para mim, foi um privilégio poder ter registrado, mesmo que de forma resumida, essa história tão importante.
Na Escola Adelina
Na manhã de sexta-feira, 6, o colega jornalista Leonardo Pereira esteve na Escola Estadual de Ensino Médio Adelina Isabela Konzen, de Vila Estância Nova, para compartilhar sobre a rotina de repórter. Além de falar sobre o dia a dia no jornal Folha do Mate e na Rádio Terra FM, ele buscou incentivar os alunos a seguirem os estudos. O convite foi da professora Adrieli Haas Costa, de quem Léo foi aluno na Escola Estadual Mariante.
