Frio reforça busca por voluntários para doação de sangue em Venâncio

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Neste sábado, 14 de junho, é celebrado o Dia Mundial do Doador de Sangue. A data, que homenageia o imunologista austríaco Karl Landsteiner — quem descobriu as diferenças entre os tipos sanguíneos e o fator RH —, também é uma oportunidade para reforçar a importância da doação em Venâncio Aires.

Como explicou em entrevista ao programa jornalístico Folha 105 – 1ª Edição, da Rádio Terra FM, a enfermeira responsável pelo Vital Banco de Sangue da Capital do Chimarrão, Daiana Keller, o período frio do ano é um momento crítico para o banco. “Nós temos uma quantidade maior de pacientes hospitalizados, desde crianças até idosos. As pessoas acabam tendo mais doenças respiratórias, procurando mais o hospital, e a demanda da utilização do sangue aumenta também”, comentou ela.

No entanto, a alta incidência dessas doenças também impacta o número de doadores em potencial. Segundo a profissional, é importante que os interessados não tenham sintomas gripais nos 10 dias anteriores à doação. Se precisou se medicar com antibiótico, o prazo sobe para duas semanas. “Como a gente não consegue identificar exatamente o que o doador tem, se coloca esse prazo para ter uma maior segurança”, justificou.

Demanda alta

O Vital Banco de Sangue estima que sejam necessários cerca de 250 doadores todos os meses para dar conta da demanda, mas, nesta época do ano, alcançar esse índice pode ser uma missão difícil. Em maio, por exemplo, dados do banco apontam que foram apenas 210 voluntários, 84% do número considerado ideal. Por isso, campanhas como o Junho Vermelho — em alusão à doação de sangue — sempre vêm em boa hora para atrair pessoas: “A gente tem que mobilizar a população para que a gente possa equilibrar essa conta no fim.”

A cada doação, são tirados sempre três itens do sangue. O de maior demanda é o concentrado de hemácias, que pode ficar estocado por até 35 dias. Além dele, há o plasma, até um ano, e as plaquetas, que ‘aguentam’ por apenas cinco dias. Essa última é uma das grandes dificultadoras do planejamento dos bancos, porque uma pessoa que necessita de plaquetas pode demandar vários doadores diferentes.

Elas, que ficam prontas após tratamento de cerca de três dias, inclusive, são a única exceção quando um doador procura o banco de sangue para doar para um paciente especificamente. Conforme a enfermeira, nessas situações, quem precisa do sangue já recebeu e o novo doador vai apenas repor o estoque — a exceção é quando a necessidade é de plaquetas.

Para doar

  • A doação deve ocorrer mediante agendamento: pelos números (51) 98597-0325, apenas para WhatsApp, e (51) 3741-7349, para ligações.
  • É importante estar alimentado, ter dormido, pelo menos, seis horas, e não ter ingerido bebida alcoólica nas últimas 24 horas.
  • O doador tem que ter entre 16 e 69 anos e pesar no mínimo 50 quilos.
  • O banco de sangue faz coleta pela manhã, de segunda a sexta-feira, das 7h30min às

“Aquela pessoa salvou a minha vida”

Sara e Mateus sofreram um grave acidente de moto e hoje são doadores (Foto: Arquivo pessoal)

Foi um acidente em dezembro de 2022 que mudou as vidas de Sara e Mateus Felipe. “Eu e meu marido saímos de casa para jantar em um restaurante. Quando a gente estava no acostamento, já entrando no pátio, eu lembro que um veículo branco colidiu na nossa moto”, recordou, em participação no programa.

A situação traumática, que quase tirou a vida do jovem casal, foi, no final das contas, uma chance de recomeço. Aos 22 anos, a auxiliar administrativa não esconde a gratidão de todos que a ajudaram naquele momento, desde o socorro do Corpo de Bombeiros até o anônimo que doou o sangue usado na transfusão. “Segue a eterna gratidão, pois, após o ocorrido, eu vi o quanto aquele gesto é importante”, disse.

Sara passou de paciente para voluntária e hoje doa sangue periodicamente, assim como o marido: “Eu vivi aquilo na pele, eu precisei mesmo de sangue. Então eu digo para aqueles que ainda não são doadores de sangue: doe, porque vocês estão salvando vidas, porque aquela pessoa salvou a minha vida, lá em 2022.”

Inspiração no filho

Outro exemplo é a diretora de vendas Aline Wolschick, 39 anos. Ela contou que começou a doar sangue neste ano e se propôs a fazê-lo a cada quatro meses. A motivação veio de casa: o seu filho, com 1 ano, precisou de uma bolsa de sangue. “Isso tocou muito no meu coração. Como foi recebido, também temos que doar, auxiliar vidas”, relembrou.

Aline relatou que, apesar do pouco tempo, já sente muito prazer em doar sangue. “Eu sempre penso em quantos corações podemos estar ajudando, fortalecendo, alimentando e dando vida para o próximo. Isso, sim, é muito gratificante. Seja você um doador de sangue. Dê vida para a próxima vida”, concluiu.



Juan Grings

Juan Grings

Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Repórter na Folha do Mate e na Rádio Terra FM.

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