Houve estudos de campo e em indústrias de tabaco com o bioinsumo. Resultados mostraram uma redução de perdas em até 85%.
Uma pesquisa em nível de laboratório realizada na Biofábrica da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) mostrou resultados significativos em relação à redução de pragas no tabaco já curado, aquele guardado seco, no paiol, ou já pronto para o beneficiamento, nas indústrias.

Chamado de ‘Agro nos Vales: Insumos agrícolas sustentáveis’, o projeto visa desenvolver tecnologias para a produção de novos bioinsumos para o controle biológico e fertilização orgânica, objetivando a implantação de melhorias nas cadeias produtivas da região dos Vales. Segundo o coordenador do projeto, professor Andreas Köhler, houve estudos de campo em indústrias de tabaco de Santa Cruz do Sul e em propriedades de diferentes regiões do estado. “Atendendo às demandas do agronegócio regional, se prevê o desenvolvimento de processos para produção de novos bioinsumos para o controle biológico com a Anisopteromalus calandrae, que é a vespa parasitoide do ‘bicho do fumo’ Lasioderma serricorne, aumentando a produtividade, melhorando a qualidade dos produtos, visando uma produção agrícola mais sustentável”, explica o professor.
Redução perdas
Conforme Köhler, os resultados mostram uma redução de perdas em até 85%. “O bicho do fumo é responsável por aproximadamente 5% a 8% da perda de tabaco em nível de produtor e empresa processadora. Utilizando a vespa Anisopteromalus calandrae no paiol e nos armazéns de empresas, reduz a incidência do bicho do fumo e reduz a perda em até 85%. Ou seja, liberando as vespas nestes ambientes, protege o tabaco.” O coordenador ressalta ainda que, de acordo com o tipo de tabaco, a perda da lâmina do tabaco pela perfuração do bicho do fumo não somente reduz o peso, mas também a qualidade da classe.
Próximos passos com o bioinsumo
Atualmente, está sendo implantada a criação em massa da vespa e realizados os últimos ensaios para otimizar a liberação e eficiência delas em paiol e armazém de tabaco. “Na próxima safra já terá um volume suficiente à disposição para atender os interessados na aplicação no controle dos hospedeiros, principalmente do bicho do fumo”, revela Andreas Köhler. Segundo o coordenador, o pedido da liberação das vespas como agente biológico já foi aprovado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, assim, as vespas estarão à disposição de produtores e da indústria em breve.
Saiba mais
O projeto ‘Agro nos Vales: Insumos agrícolas sustentáveis’ tem apoio financeiro da Secretaria de Inovação, Ciências e Tecnologia do Rio Grande do Sul (SICT) e duração de 24 meses (2024/26). O valor recebido da SICT foi R$ 312.029,42.
Segundo o coordenador do projeto, professor Andreas Köhler, ele representa a continuação de atividades já desenvolvidas desde 2020 e até, agora, já foram realizados ensaios com aproximadamente 300 produtores.