Cidades que têm pistas de skate à disposição dos praticantes do esporte afastam possibilidades de ‘conflito’ entre os veículos, pedestres e skatistas, certo? Errado. Venâncio Aires oferece um local adequado para quem é adepto do skate, entretanto nem por isso está livre da polêmica. A maioria dos praticantes se queixa da distância que precisa percorrer até chegar ao Parque do Chimarrão, onde foi construída a estrutura que oferece as condições para manobras difíceis e ousadas.
De acordo com os skatistas, que normalmente são jovens em busca de aventura e atividade física, o caminho até o local oferece riscos, especialmente na altura do Acesso Dona Leopoldina, onde carros costumam circular com velocidade de pelo menos 60 quilômetros por hora e o acostamento não tem tanto espaço. Eles admitem que põem o skate para trabalhar em superfícies planas e nas de declive, mas garantem que tomam cuidado com os veículos. A reivindicação de todos é a mesma: uma pista central.
Cauê Vinícius e Henrique Wagner, ambos de 15 anos, são amigos de escola, apaixonados pelo skate. Um mora no Centro, outro no Gressler. Os dois se deslocam juntos até o parque em pelo menos três dias da semana, além do sábado, considerado por eles como “o dia sagrado do skate”. A paixão pelo esporte aproximou deles mais dois adolescentes, Mateus Henckes, de 14 anos, e Leonardo Bertram, de 15 anos. Se conheceram na pista do Parque do Chimarrão e, agora, combinam os horários para a prática esportiva preferida. E concordam que Venâncio Aires precisaria de uma estrutura para skate centralizada.
Sugerem, inclusive, a Praça Evangélica como ponto ideal. “Seria excelente, pois um tempo atrás já tivemos um espaço lá para o nosso esporte. Mas, hoje em dia, tem que levar em consideração que o fluxo de pessoas é grande por ali. Teria que pensar bem”, comenta Cauê. Henrique argumenta que a pista do parque é muito boa, contudo restringe participações de iniciantes, em razão dos obstáculos presentes. “é para quem já sabe andar um pouco mais, que já sabe fazer manobras mais arriscadas”, observa. Para ele, um novo espaço, além de mais centralizado, deveria contemplar os iniciantes no skate.
“Pista especial” em mercado atrai skatistas diariamente
Durante as entrevistas para a elaboração desta matéria, a reportagem da Folha do Mate deparou com uma situação que vem colocando em atrito os skatistas e funcionários e clientes da rede Dia, na loja da Rua Voluntários da Pátria. O estacionamento do mercado é considerado uma “pista especial” por quem costuma praticar o esporte, e diariamente é possível encontrar skatistas fazendo manobras na entrada do comércio. A direção do estabelecimento, no entanto, está preocupada. De acordo com o encarregado de loja Luiz Bico, de 48 anos, “a gurizada está correndo risco porque temos trânsito de veículos o tempo todo por aqui”. Reclama, ainda, que os skatistas nem esperam mais o fechamento do comércio para andar no local. “Atrapalha bastante, afasta parte da clientela, com certeza”, afirma o funcionário.
Administração pensa em uma nova estrutura, mas para 2015
O secretário municipal Cultura, Esportes e Turismo, Lucas Ferreira, admite que a questão está entre as preocupações da Prefeitura de Venâncio Aires. Ele revela que integrantes da pasta têm dialogado no sentido de viabilizar uma estrutura mais centralizada para a prática do esporte, entretanto adianta que as ações só devem sair do papel a partir do próximo ano. “A gente tem notado esse problema e já estamos trabalhando na busca de alternativas. Mas não temos como comentar sobre previsões ou locais”, avisa. O secretário se diz preocupado, principalmente, com os skatistas que costumam usar ruas como a Júlio de Castilhos para os seus deslocamentos. Em vias como esta, afirma, os riscos são bem maiores, porque há estacionamento e fluxo nos dois sentidos, o que reduz espaço para os skates circularem.
Confira a reportagem completa no flip ou edição deste fim de semana da Folha do Mate.