Governo e EGR anunciam duplicação de trecho da ERS-287 em Santa Cruz do Sul

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A Secretaria de Infraestrutura e Logística anunciou na tarde desta sexta-feira,15, o investimento de R$ 30 milhões entre recursos estaduais e da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) para a localidade conhecida como Fritz e Frida, na ERS-287, no município de Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo. O acesso secundário ao município de Santa Cruz do Sul receberá um novo viaduto e mais quatro quilômetros serão duplicados.

A licitação será lançada nos próximos 30 dias, e após três meses as obras devem começar, e sua conclusão está programada para 18 meses. “Infelizmente faz 20 anos que o Rio Grande do Sul não planeja e não executa obras deste porte na região, então, estamos recuperando o tempo perdido. O plano é duplicar toda a ERS-287 e integrar os modais a partir do Porto de Estrela e a dragagem do Rio Taquari. Com essa melhoria e diminuição dos custos logísticos ganha a Região, muito importante economicamente, e todo o Estado”, comenta o secretário de infraestrutura e logística, João Vitor Domingues.

O investimento será dividido entre a EGR, que tratará da duplicação da estrada, e recursos do Governo do Estado, que construirá o viaduto. Para o diretor-presidente da EGR, Luiz Carlos Bertotto, a duplicação também sinaliza uma diferença essencial entre os investimentos da empresa pública para os investimentos das concessionárias privadas.

“Esta é uma obra reivindicada há muito tempo pela população. Estamos criando condições para o desenvolvimento da região, que com isso pode melhorar sua competitividade, ao contrário do que era feito anteriormente, onde só faziam a conservação das rodovias pedagiadas”, ressalta Bertotto.

Pedágios – A questão dos engarrafamentos nas praças de pedágio – especialmente na de Venâncio Aires – tomou bom tempo da segunda parte do encontro. O problema vem sendo recorrente e os usuários cobram a rápida solução, sob pena de iniciarem uma nova mobilização pela abertura das cancelas do pedágio.

Luiz Carlos Bertotto informou que a EGR já trabalha em um projeto que prevê uma duplicação que viria de forma paliativa, com 500 metros para cada lado da praça. Dessa forma, sustenta ele, vai ser possível dar mais vazão ao fluxo dos veículos que utilizam a faixa rápida do pedágio (Via Fácil). “A EGR tem conhecimento e está buscando alternativas”, disse. Nos próximos dias podem aparecer nas praças os “papa-filas”, cobradores que vendem cartões no engarrafamento para reduzir o tempo de parada.

“A EGR veio para ficar e construir novas rodovias”

Oficialmente, o discurso é de respeito às manifestações populares. No entanto, a cúpula da EGR não consegue esconder a insatisfação com a mobilização regional que está sendo deflagrada pelo fim da estatal. O levante foi noticiado nesta sexta-feira pela Folha do Mate e repercutiu com intensidade na reunião. Tanto o presidente Luiz Carlos Bertotto quanto o secretário João Victor Domingues deram declarações fortes a respeito do assunto. “Não estamos aqui apenas para tapar buracos e remendar a estrada. A EGR veio para ficar e construir novas rodovias, como está fazendo a RSC-287”, afirmou Bertotto.

Domingues completou dizendo que a estatal é superavitária, está conseguindo recuperar a malha de asfalto do Rio Grande do Sul e tem previsão de investimento na casa dos R$ 200 milhões até o fim de 2015. “Estão falando em terminar com a EGR, mas nós vamos seguir firmes no propósito de dar aos usuários de rodovias as condições que eles merecem”, assegurou. Segundo ele, 80% do total da arrecadação tem sido revertido para investimentos e somente 20% utilizados para o pagamento de impostos e funcionários. “Se não trabalharmos juntos, teremos que deixar de cantar para que outros tenham nossas façanhas como exemplo”, desabafou o secretário, em clara alusão ao trecho do Hino Riograndense.

COREPE – O presidente do Corepe, Luciano Naue, foi outro que não gostou do que classificou como “protesto de rede social”. De acordo com ele, ao invés de se mobilizarem pela internet – já são 4,8 mil pessoas identificadas com a campanha -, os cidadãos deveriam participar das reuniões do conselho, entender o que se discute e sugerir alternativas para a melhoria das atuais condições. “Não estou defendendo a EGR, mas preservando os integrantes do Corepe, que gastam dinheiro do próprio bolso para sair em defesa dos usuários das rodovias. O conselho é o órgão legítimo de controle da EGR. Cobramos o tempo todo e estamos conseguindo evoluir. Temos muito trabalho e aceitamos todo tipo de apoio”, argumentou.



Carlos Dickow

Carlos Dickow

Jornalista, atua na redação integrada da Folha do Mate e Terra FM.

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