Tabaco gera aos municípios da região valores acima de R$ 740 milhões
A fumicultura, nos 15 municípios da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) e 30 da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat), injeta mais de R$ 740 milhões por ano na economia. Os dados foram apresentados pelo presidente da Câmara Setorial do Tabaco e diretor-secretário da Afubra, Romeu Schneider. Ele participou da reunião conjunta da Amvarp e da Amvat realizada na sexta-feira à noite, 11, no auditório do Parque Municipal do Chimarrão, durante a 12ª Festa Nacional do Chimarrão (Fenachim).
Schneider falou das preocupações do setor quanto à Conferência das Partes 5 (COP5), que acontecerá na Coreia do Sul, em novembro de 2012 e que terá como assuntos os artigos 17 e 18 da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT). Entre outras, na referida conferência, pretendem adotar as seguintes medidas: limitar ou reduzir a área plantada com tabaco; cortar os mecanismos de suporte aos produtores de tabaco (orientação técnica das empresas, por exemplo); acabar com os preços mínimos de suporte (tabela de preços mínimos); controlar os preços do tabaco em folha e quaisquer suportes tecnológicos; desmantelar organismos que promovem o tabaco (entidades que representam os fumicultores); e, criar regulamentações ambientais que haveriam de discriminar o tabaco entre as safras agrícolas.
O dirigente reforçou que a situação é preocupante, porque todos os 45 municípios dos dois vales são produtores de tabaco e têm milhares de famílias envolvidas com a produção, e a receita é fundamental para a sobrevivência dos municípios. “Não podemos abrir mão da cultura porque não temos o que fazer com estas pessoas, pois ainda não há outras culturas que substituam o tabaco”, frisou. Schneider alertou que a COP5 tem propostas do governo brasileiro, chamada de Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o controle do Tabaco (CONICQ), integrada ao Ministério da Saúde e que criou as propostas para Genebra e quer impor isso como pauta da discussão. “Isto nos preocupa porque o Governo Federal, quando da implantação da Convenção-Quadro em 2005, se comprometeu de não intervir em questões de livre comércio e na produção do tabaco. A própria Convenção-Quadro não prevê que haja intervenção na produção e isto deixa o setor produtivo preocupado”.
Acompanhado do presidente da Afubra, Benício Werner, Schneider solicitou o apoio dos chefes de Executivo durante a Marcha dos Prefeitos que acontece hoje e amanhã em Brasília.
Fumicultura no Vale do Rio Pardo
Municípios Produção Ton Valor R$
Barros Cassal 6.133 38.640.420
Boqueirão do Leão 6.481 40.830.930
Encruzilhada do Sul 704 4.432.050
General Câmara 1.235 7.781.760
Gramado Xavier 3.515 22.141.980
Herveiras 3.411 21.491.190
Mato Leitão 352 2.216.970
Passo do Sobrado 5.473 34.479.900
Rio Pardo 6.065 38.210.130
Santa Cruz do Sul 15,334 96.605.460
Sinimbu 8.321 52.421.040
Vale do Sol 13.120 82.653.480
Vale Verde 1.524 9.601.830
Venâncio Aires 21.567 135.870.210
Vera Cruz 9.184 57.859.830
TOTAL 102.419 645.237.180
Fumicultura no Vale do Taquari
Municípios Produção Ton Valor R$
Anta Gorda 1.482 9.339.120
Arvorezinha 2.679 16.878.960
Bom Retiro 157 990.990
Canudos do Vale 714 4.498.830
Coqueiro Baixo 95 595.980
Cruzeiro do Sul 570 3.591.630
Dois Lajeados 117 733.950
Doutor Ricardo 502 3.161.340
Encantado 7 45.990
Estrela 12 78.120
Fazenda Vilanova 6 39.060
Forquetinha 295 1.858.500
Ilópolis 724 4.561.830
Itapuca 767 4.829.580
Lajeado 6 39.060
Marques de Souza 266 1.674.540
Muçum 92 576.450
Nova Bréscia 25 180.020
Paverama 12 78.120
Pouso Novo 64 404.460
Progresso 3.254 20.498.940
Putinga 1.220 7.687.890
Relvado 148 929.880
Roca Sales 7 45.990
Santa Clara do Sul 350 2.203.740
Sério 884 5.568.570
Tabaí 33 208.530
Taquari 328 2.067.660
Travesseiro 46 292.320
Vespasiano Corrêa 300 1.891.890
TOTAL 15.164 95.531.940