Santas casas e filantrópicos param parte dos atendimentos

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Em torno de sete mil procedimentos como exames e cirurgias eletivos pelo Sistema único de Saúde deixarão de ser feitos ou serão remarcados em 90% dos 245 hospitais filantrópicos e santas casas do Rio Grande do Sul hoje, Dia D da mobilização. As instituições protestam principalmente contra o corte de repasses suplementares de recursos feitos pelo Estado, o chamado cofinanciamento, que, até então, era pago para compensar defasagens da tabela do SUS.

A estimativa da associação, que reúne o setor, é que desde outubro do ano passado os hospitais tenham deixado de receber mais de R$ 207 milhões do Estado. Seriam R$ 25 milhões mensais em complementações ao que vem do Ministério da Saúde e o restante, de dívidas de repasses por atendimentos prestados no ano passado. “Houve um corte linear, mas os hospitais lidam com a vida”, manifesta o presidente da Associação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do RS, Francisco Ferrer.

Em Porto Alegre, a Santa Casa vai suspender os atendimentos eletivos entre 10h e 11h. Exames e outros serviços pelo sistema público de saúde deixarão de ser prestados em hospitais de outras cidades importantes, como Caxias do Sul, onde o Pompeia, por exemplo, reagendou 1.050 procedimentos. Além do não atendimento, haverá ainda entrega de panfletos e funcionários vão usar roupas de cor preta.

Esses hospitais são responsáveis por mais de 70% do atendimento SUS no Estado e possuem em torno de 65 mil funcionários. “A partir de agora, caso a saúde não seja tratada com a prioridade que precisa, não haverá outra solução a não ser o fechamento de leitos, diminuição da assistência, demissões e outras formas de adequar as instituições à nova realidade de corte de recursos”, diz Ferrer.

Situação do Hospital São Sebastião Mártir

Arquivo Folha do Mate.
Somente atendimentos emergenciais estão sendo feitos, os demais serviços estão suspensos.

 

De acordo com o administrador do Hospital São Sebastião Mártir, Gilberto Gobbi, nenhuma consulta foi marcada para hoje, justamente para que as pessoas não se desloquem até o hospital e não recebam atendimento. Ele explica: “Nós não iremos paralisar, só não iremos fazer atendimento seletivo.” Além disso, acrescenta que somente serão feitos atendimentos emergenciais, caso contrário, os demais serviços estão suspensos. “Consultas de especialidade, por exemplo, nós não iremos fazer”, finaliza Gobbi.

Ato em frente ao Piratini no dia 13

A mobilização do Dia D terá sequência no próximo dia 13, quando dirigentes de hospitais e trabalhadores vindos em caravanas do interior vão se concentrar em frente ao Palácio Piratini. Segundo o presidente da Associação, Francisco Ferrer, a intenção é entregar ao governo do Estado e à Assembleia Legislativa um balanço sobre a situação do setor e os atendimentos que deixam de ser feitos. A Secretaria de Saúde não se manifestaria ontem a respeito do Dia D, de acordo com a assessoria de imprensa do órgão. A Saúde tem informado que não há recursos para suplementar valores pagos por serviços do SUS e que mantém o investimento de 12% do orçamento em recursos à área.

No Dia D

Além de mobilizações internas, com faixas, cartazes, distribuição de fôlderes, uso de roupa preta, haverá suspensão de atendimentos em municípios do Estado. Atendimento de urgência e emergência deverá prosseguir normalmente.

LAJEADO – HOSPITAL BRUNO BORN: 113 atendimentos eletivos foram cancelados.

SANTACRUZDOSUL–HOSPITAL SANTACRUZ: 270 atendimentos eletivos foram cancelados.

Fonte: Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do RS

    

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