Assim Selvino Heck define a situação. Ao enviar sua coluna na quarta, anexou este comentário:
“Era previsto que as coisas iriam esquentar na política neste semestre. Há uma mistura potencialmente explosiva. Altíssima popularidade da presidenta Dilma e do seu governo, eleições municipais em outubro, que em certa medida anunciam o que poderá acontecer em 2014, uma Comissão Parlamentar de Inquérito com elementos de alta combustão, proximidade do julgamento do chamado mensalão (que nunca foi mensalão, repito, mas caixa 2 ou algo parecido).
Misturados todos estes ingredientes, não se poderia esperar águas calmas e silêncio.
No governo, está todo mundo mais ou menos tranquilo. O que preocupa mesmo neste momento é a economia, dado que a crise econômica mundial não dá sinais de que vá acabar logo em seguida. Além disso, a China também parece estar com problemas, o que poderá afetar a exportação e o comércio brasileiro e mundial.
No demais, espera-se apuração de todos os fatos, que a CPI faça seu trabalho, que a corrupção seja combatida e que a democracia se consolide.
O episódio Lula-Jobim-Gilmar obviamente não estava previsto. Por aqui, ninguém, a não ser possivelmente nos círculos mais restritos, sabia da reunião no final de abril. Lula e Jobim são amigos, embora muitos, ao longo do tempo, nunca tenham entendido essa relação tão próxima entre eles. Portanto, foi um reencontro de amigos, depois da longa doença de Lula, etc.
O encontro com Gilmar Mendes, membro do STF, no momento em que se está – CPI, julgamento do mensalão, etc. – é que traz todas as questões para o debate. Lula nunca pressionou o STF. Manteve até o Procurador Geral da República, mesmo depois de ele ter denunciado ao STF os integrantes do STF.
Possivelmente, há outros ingredientes e informações, da relação entre Gilmar Mendes, Carlinhos Cachoeira e Demóstenes, que ainda não vieram à tona. é só o que pode explicar a reação na imprensa de um ministro do STF, depois de uma reunião acontecida há mais de mês.
é preciso aguardar a evolução dos acontecimentos. Seguramente, vão aparecer mais detalhes e informações do que realmente aconteceu. Jobim já desmentiu cabalmente a versão de Gilmar Mendes. Resta a palavra dele. Imaginam todos por aqui que entre os 11 membros do STF – são apenas 11! – a fervura deva estar total”.
Na ótica de Selvino o bandido é o Ministro Gilmar Mendes.
