Saiu na edição de sábado da Folha notícia do intercâmbio que está sendo possibilitado para jovens agricultores do Vale do Rio Pardo com idade entre 18 e 28 anos para fazer um estágio de um ano em propriedades rurais em Nienburg, no norte da Alemanha. Basta conhecer agricultura, falar alemão – mesmo que seja o nosso dialeto dos imigrantes que eles entendem lá sem maiores problemas – e custear a passagem de ida, coisa de R$ 1,5 mil penso. Uma parceria iniciada em 2011 pelo presidente do Sicredi, Heitor Petry, com a escola alemã Deula, que já levou 500 jovens brasileiros pra lá desde 1997 e que agora possibilita este intercâmbio para jovens da nossa região. Existem 40 vagas disponíveis. Maiores informações podem ser obtidas nas agências do Sicredi, na Afubra e Unisc, que agora também são parceiras do intercâmbio.
Contato com uma outra realidade
Quando vi o nome Nienburg na notícia me soou conhecido. Logo lembrei. Nienburg fica perto de Hannover, a capital do estado da Baixa Saxônia, onde estivemos em 2011 com a comitiva de Venâncio na Hannover Messe. Na feira, Reinoldo Gulich, da Marcenaria Gulich, conheceu Frieder Bormann, da quarta geração familiar de uma marcenaria que tem 125 anos em Schweringen. Gullich combinou uma visita à empresa. Convidou a mim ao prefeito Airton Artus e o secretário Vilmar de Oliveira para acompanhar. Fomos de trem até Nienburg, uns 80 km a leste de Hannover. Na estação naquela cidade fomos apanhados pela irmã de Frieder, Elke, que de carro nos levou até Schweringenr, mais uns 20 km em direção a Bremen no nordeste da Alemanha, já a 100 km da fronteira com a Holanda, onde está instalada a indústria de moveis dos Bormann, onde Gulich conheceu novas tecnologias.
Schweringen é uma agrovila, os ‘Dorf’ como chamam na Alemanha, onde a comunidade rural – umas 500 pessoas -, mora toda aglomerada, otimizando assim a infraestrutura de água, energia e óleo diesel verde – que é produzidos nas próprias agrovilas a partir da biomassa -, calefação etc., e cultiva suas terras, que ficam no entorno, com maquinário coletivo. Penso que é um sistema cooperativo implantado no pós guerra por lá. Bem diferente do nosso sistema, onde cada propriedade rural tem toda uma infraestrutura própria.
Nienburg é uma cidadezinha simpática, um pouco maior que Mato Leitão talvez, mas tem uma igreja de 450 anos e prédios com centenas de anos, para se ter uma ideia da cronologia diferente que existe lá, numa infindável planície que cobre todo norte da Europa.
Quem tiver filhos, sobrinhos ou conhecidos que se encaixem no perfil exigido, posso afirmar que um estágio desse pode valer mais do que um curso técnico de vários anos.