Deficientes ou não, todos têm direito à educação

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Foto: Kethlin Meurer / Folha do MatePequeno Edson Júnior, 9 anos, é portador de Síndrome de Down e é aluno da classe especial que Carin trabalha. Quando entrou na sala, mal sabia falar e hoje já desenvolveu muito a fala
Pequeno Edson Júnior, 9 anos, é portador de Síndrome de Down e é aluno da classe especial que Carin trabalha. Quando entrou na sala, mal sabia falar e hoje já desenvolveu muito a fala

Educação é direito de todos e para atender toda a demanda de alunos, que inclui, também, os deficientes, existem escolas de Venâncio que disponibilizam sala de recursos, bem como, sala de classe especial, que é o caso da Escola Estadual de Ensino Médio Monte das Tabocas. Educandários que oferecem atenção diferenciada aos deficientes possibilitam o acesso à educação de muitos jovens sonhadores.

Em Venâncio Aires, 17 escolas estaduais possuem sala de recursos e duas têm classe especial, que é o caso do Monte das Tabocas e Brígida do Nascimento. Quanto às escolas municipais, dez delas fornecem salas de recursos e uma tem classe especial, no caso, a escola José Duarte Macedo.

De acordo com o coordenador da 6ª Coordenadoria Regional de Educação (6ª CRE), Luiz Ricardo Pinho de Moura, sala de recursos trata-se de uma sala multifuncional. O aluno está matriculado em uma classe regular normal e de acordo com a deficiência que tem, ele passa, no contraturno, a frequentar a sala de recursos em determinado dia da semana e hora. O jovem apenas deixa o espaço quando consegue sanar todas as dificuldades. “Basicamente é dada uma assistência mais focada na aprendizagem, levando em consideração a deficiência do aluno”, complementa.

Conforme o coordenador, apenas podem fazer parte da sala de recursos pessoas com alguma deficiência. “às vezes as escolas fazem algum equívoco e colocam alunos com dificuldade de aprendizagem, ou seja, que têm alguma aprendizagem lenta, mas não têm deficiência nenhuma comprovada.” Em caso de dificuldade, o estudante deve frequentar um laboratório de aprendizagem.

Na classe especial o aluno é matriculado de forma regular, ou seja, apenas frequenta a classe e não tem contato com outra turma, como ocorre com quem usa a sala de recursos. Este também é portador de alguma deficiência de aprendizagem e convive com pessoas de diferentes idades. “O aluno tem toda uma proposta e uma metodologia de trabalho voltada a ele, por ser portador de alguma deficiência”, ressalta.

Adaptaçõesaos alunosAs professoras da Escola Estadual de Ensino Médio Monte das Tabocas, Nadja Weber e Carin Fett, trabalham com alunos que apresentam alguma deficiência. Além disso, elas não abrem mão de levar a sério a acessibilidade dos estudantes.Tanto Carin quanto Nadja lecionam nas salas de recursos da escola e atendem alunos até o Ensino Médio. Contudo, Carin trabalha, também, em uma classe especial.Para atender as crianças com deficiência visual, Carin está apta a ensinar braile. Todavia, no momento, a escola apenas tem alunos com baixa visão e estes não necessitam fazer uso do sistema braile. Segundo ela, é um aprendizado demorado, que exige paciência e dedicação, mas que possibilita o aluno a ter maior acesso a algumas coisas do dia a dia. Com o objetivo de proporcionarem maior conforto aos alunos, Carin e Nadja fazem algumas adaptações de materiais. Para aquele que tem alguma deficiência visual, trabalha-se com materiais que possuem uma escrita maior. Além disso, a escola também teve algumas adaptações físicas, como, por exemplo, a instalação de rampas e classes menores para alunos pequenos.

Importância doensino na práticaNa opinião de Carin e Nadja, o professor é desafiado todos os dias quando está na sala de aula. Para que consigam atender os alunos portadores de algum tipo de deficiência, as atividades realizadas nas salas de aula são as mais variadas e envolvem as diferentes áreas do conhecimento.

Nas salas de recurso, conforme Nadja, o que mais se nota são as dificuldades referentes ao raciocínio lógico, atenção, concentração e interpretação. Deste modo, para contribuir com o desenvolvimento do aluno de forma que ele tenha mais facilidade de acesso a tudo que o rodeia, uma das alternativas é criar uma proximidade com o aluno, a fim de fazer com que ele confie no professor e sinta-se à vontade. Deste modo, o jovem é capaz de buscar e se desafiar mais.

A professora Nadja ressalta que o importante é comparar o aluno não com os outros, mas com ele mesmo. “Precisamos ver no que ele evoluiu, mesmo que seja uma evolução pequena”, comenta.

Para Carin, a evolução dos alunos é fundamental. Além disso, torna-se interessante valorizar os pequenos progressos deles no dia a dia. Alguns alunos especiais, conforme ela, não sabiam nem falar algumas palavras, mas devido às aulas na classe especial, a fala se desenvolveu, o que possibilitou uma maior comunicação não apenas na sala de aula, mas, também, em outros espaços.

De acordo com as professoras, à medida que os alunos são incentivados e percebem neles mesmos uma evolução, a autoestima também melhora e faz com que eles usufruam de uma melhor qualidade de vida. é nas salas de aulas, principalmente dedicadas ao atendimento de alunos especiais, que o jovem aprende a se tornar mais autoconfiante. “Essa autoconfiança faz com que o aluno saia para a rua, não dependa dos outros para ir até alguns lugares”, comenta Carin. Além dela, que está apta a ensinar braile, a escola também possui uma professora tradutora intérprete de libras.

Foto: Kethlin Meurer / Folha do MatePara a professora Nadja, através do atendimento diferenciado, o aluno com alguma deficiência cria uma autoconfiança
Para a professora Nadja, através do atendimento diferenciado, o aluno com alguma deficiência cria uma autoconfiança

 Escolas devem oferecer atendimento especial aos deficientes

Segundo o coordenador da 6ª Coordenadoria Regional de Educação (6ª CRE), Luiz Ricardo Pinho de Moura, conforme o número de estudantes deficientes que a escola tem, ela dispõe de uma sala de recursos. Tudo também depende da posição geográfica do educandário, tipos de deficiências apresentadas pelos alunos, estrutura e uma série de outros fatores.

Quando existem poucos alunos com deficiência, a escola deve disponibilizar um professor itinerante. “Quando são um ou dois alunos, eles, em contraturno, podem ir, também, até um outro estabelecimento de ensino onde tem a sala de recursos. O que não fica, é o aluno sem atendimento”, comenta.

Para ter uma sala de recursos, a escola necessita de um profissional especializado, material de apoio pedagógico diferenciado e espaço físico apropriado. “Porque se não, nós vamos ter só mais uma sala e um profissional que não dará conta pedagogicamente daquela dificuldade do aluno”, ressalta. Além disso, o coordenador comenta que as escolas que oferecem esse ensino diferenciado também recebem apoio financeiro.

Embora na prática a classe especial seja positiva na opinião das professoras Nadja e Carin, Moura ressalta que ela está quase extinta nas escolas. Segundo ele, a coordenadoria considera mais positivas as salas de recursos, porque estas oportunizam que o aluno que possui alguma Classificação Internacional de Doenças (CID) tenha contato com outros jovens que não apresentam algum tipo de deficiência.

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