A prática de disponibilizar ossos aos cães é comum em muitas residências, mas será que os tutores deveriam oferecer esse tipo de alimento aos seus ‘melhores amigos’? Na opinião do médico veterinário Everton Luís Notti, os cães, enquanto carnívoros, estão adaptados e aptos a comer ossos, o que, fisiologicamente, afirma ser, também, uma forma natural de remoção de tártaro.
O profissional atenta, por sua vez, que a prática da disponibilização de ossos aos cães carece de cuidados por parte dos tutores, uma vez que há alguns fatores que precisam ser considerados. Ele explica que ossos de frango e costelas de mamíferos, ao serem quebrados, costumam formar pontas que podem ferir o animal.
“Não devemos dar ossos pequenos, pois dependendo do temperamento do animal, ele pode, de forma afoita, tentar engolir inteiro e se lesionar também. Então, devemos evitar ossos de aves, costelas e pedaços pequenos”, ressalta.
Segundo Notti, os ossos de suínos são uma melhor opção, uma vez que são porosos, o que facilita a degustação por parte do animal. Ele explica que também são mais seguros, pois não resultam em pontas afiadas.
Além dos riscos gerados pela ingestão de ossos pequenos e que formam pontas ou lanças, Notti alerta para o perigo da intoxicação alimentar. Ele menciona que alguns animais têm por hábito, principalmente se receber mais de um osso, esconder os demais para comer em outro momento. A questão é que ao encontrá-los, posteriormente, não é incomum que o alimento esteja estragado, principalmente quando são ossos um pouco mais carnudos, o que pode originar uma intoxicação alimentar.
OSSOS INDUSTRIALIZADOS
Além dos ‘in natura’, as pet shops ofertam grande variedade de ossos para cachorros, desde aqueles brinquedos de látex que imitam osso, até ossos bovinos naturais, em geral limpos e já esterilizados, utilizados para exercitar a mastigação do animal.
Quanto aos chamados ‘ossinhos de couro torcido’, Notti diz que se deve ter o cuidado com o excesso de ingestão. “E em relação aos brinquedos ou ossos artificiais para morder, devemos ter o cuidado com a enxurrada de produtos de procedência duvidosa ditas para pets”, destaca.
O médico veterinário afirma que muitos produtos não possuem controle de toxidade de tinta e há a possibilidade de desprendimento de peças pequenas.