A dívida do Governo do Estado com o Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) bateu no montante de R$ 2 milhões. A informação foi confirmada ontem pelo administrador da instituição de saúde, Jonas Kunrath, que esclareceu que o valor é referente a repasses de incentivos a programas, não realizados desde janeiro. “Na verdade, neste ano, o governo não repassou nenhum real dos incentivos”, reforça o dirigente.
O problema ganhou ainda mais força no final da semana que passou, após visita do prefeito Airton Artus e do vereador João Stahl ao secretário estadual de Saúde, João Gabbardo. Além de pedir que o governo faça esforço no sentido de quitar os débitos com a casa de saúde venâncio-airense, Artus, como integrante da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp), pediu atenção para os hospitais do Vale do Rio Pardo, que estão à espera de aproximadamente R$ 20 milhões atrasados do Estado.
De acordo com o chefe do Executivo Municipal, Gabbardo admitiu que a situação financeira atual é extremamente complicada e que o governo sabe que está em dívida com as instituições de saúde. O secretário teria afirmado, ainda, que fica angustiado ao tomar conhecimento de situações delicadas relacionadas à Saúde. “Cada vez que vejo notícias como esta nos jornais me dói. Mas estejam certos de que vamos buscar regularizar os passivos à medida que o caixa do Governo do Estado permitir”, afirmou.
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RESERVASEm razão do atraso dos repasses – o valor mensal está fixado, atualmente, de R$ 400.647,50, o que remete a um valor total de R$ 2.003.237,50 -, o HSSM foi obrigado a utilizar suas reservas técnicas para garantir a continuidade dos serviços sem prejuízos à população. “Tivemos de utilizar recursos que estavam aplicados, pois é desta forma que conseguimos guardar algum dinheiro. Hoje, estamos empatados com a contas. Não há motivo para assustar os cidadãos, mas se não houve o repasse de pelo menos uma ou duas parcelas em breve, teremos que recorrer a empréstimos bancários”, alerta Jonas Kunrath.
“Queimamos a gordurinha para a manutenção das contas em dia. Se a situação não normalizar, teremos que recorrer a empréstimos, e isso não é nada bom”
Jonas Kunrath | Administrador do HSSM
E não é apenas a chegada dos valores em aberto a meta da administração do hospital. Kunrath frisa que é necessário o Governo do Estado estabelecer um cronograma de repasses para que os hospitais “deixem de conviver com as incertezas diárias”. Apesar de todos os problemas enfrentados, Kunrath salienta que o Hospital São Sebastião Mártir está com todos os seus compromissos rigorosamente em dia. “Por enquanto, estamos conseguindo controlar a situação. Mas, se a situação permanecer, os próximos meses serão de tensão. Não gostaríamos de entrar nessa bola de neve (empréstimos)”, diz o administrador.