A ficha de antecedentes criminais é extensa. Só de inquéritos policiais, já responde a dez – contando com o de ontem. A maioria, acusado de furtos ou receptação de mercadorias de procedência ilícita. E não são em maior número por que Fábio Eduardo Levino tem apenas 21 anos. Em todos os casos, é apontado como autor ou receptor de mercadorias de pequeno valor. “E o que fomenta tudo isso são as drogas”, observa o delegado Felipe Staub Cano.
O titular da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de venâncio Aires ainda nem havia prestado concurso público e Levino já era notícia. Oficialmente, sua primeira apreensão – é o termo correto usado quando o infrator é menor de idade – ocorreu dia 30 de novembro de 2006. Até ser instaurado o primeiro inquérito policial, em 17 de agosto de 2009, muitas foram suas apreensões e encaminhamentos à DP.
Em uma das penalidades impostas pelo Ministério Público, cumpriu serviços à comunidade e chegou a prestar serviços no quartel da BM. No entanto, nunca se afastou dos crimes.Já maior de idade, em 2009, foi preso em flagrante após furtar duas motos de brinquedo. No mesmo ano, foi flagrado vendendo pedras de crack no bairro Battisti, onde mora desde criança. Isso lhe rendeu o primeiro ingresso no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul (PRSCS). De lá para cá, as idas e vindas do presídio se sucederam.
FLAGRANTE
A prisão realizada ontem tem as mesmas características de quase todas as outras. Levino foi flagrado pela Brigada Militar em poder de um par de botas femininas. O valor do bem, por sí, não seria o suficiente para que a autoridade policial autuasse Levino em flagrante. “Mas o que me leva a agir desta forma é a continuidade dos crimes, por se tratar de um autor contumaz de pequenos furtos”, explica o delegado.
E nestes casos, segue Cano, “não se pode levar em consideração o valor dos bens furtados, mas o contexto, pois ele demonstra ser um perigo para a sociedade permanecendo solto, já que seus crimes se sucedem.”
No caso de ontem, Levino foi preso por volta das 11h20min, antes da vítima dar falta das suas botas. Conhecido na cidade, despertou a suspeita de pessoas, que acionaram a BM. Ele foi abordado na rua Reinaldo Schmaedecke e confirmou que invadiu um salão de beleza, no centro da cidade, e furtou o par de botas de couro.
Com os brigadianos, voltou até o local do furto e mostrou como tinha agido. “A vítima confirmou que as botas são suas, mas soube do furto só quando a Brigada lhe informou”, revelou o delegado.
Autuado em flagrante por furto, lhe foi atribuída fiança de R$622, conforme prevê a Lei para crimes com pena inferior a quatro anos de reclusão. Como Levino não pagou, voltou ao PRSCS.
INQUéRITOS
Na ficha de antecedentes criminais, Levino já responde a nove inquéritos. Com o de ontem, são dez. Afora o flagrante ocorrido dia 7 de outubro de 2009, quando estava em poder de pedras de crack, os outros nove inquéritos são de furto ou receptação.
