Edelmon Gomes de Oliveira, patrono da Semana Farroupilha/2016, é integrante do Parceria Campeira
Setembro abre as porteiras para a festa magna dos gaúchos: a Semana Farroupilha. A 12 dias da abertura oficial, em Venâncio Aires, os dois homenageados da Capital do Chimarrão estão com as suas pilchas bem alinhadas e as experiências de vida a serviço do tradicionalismo e da comunidade. O que costumam fazer normalmente, em suas vidas. Por isto, eles foram escolhidos para receberem a homenagem especial que se eternizará em seus corações. A solenidade de fusão das centelhas, com homenagem aos patronos, divulgação do novo prendado da Associação Tradicionalista Venâncio Airense (ATVA) e momento cultural, ocorre no dia 13, no Galpão Morada Velha, Parque Municipal do Chimarrão. Os festejos têm seu ponto alto dia 20, com o desfile temático ‘A república das Carretas’.


Homenageados A Semana Farroupilha de Venâncio Aires, a exemplo de anos anteriores, homenageia dois tradicionalistas que têm se destacado em prol da cultura rio-grandense, por hábitos, vivência e contribuição cultural. Os gaúchos Edelmon Gomes de Oliveira e João Moacir Laufer Ferreira (matéria do dia 19 de agosto, neste espaço) foram os escolhidos, pela ATVA, para serem os porta-vozes dos festejos, neste ano, e distribuírem seus conhecimentos, especialmente, às novas gerações. O segundo entrevistado, por ordem de sorteio, é o 2º Sargento da Brigada Militar, aposentado, Edelmon Gomes de Oliveira. Vamos acompanhar um pouco desta trajetória, do patrono campeiro, que vem lá das bandas da ‘Tranqueira Invicta’, a histórica Rio Pardo.
Das roupas do velho paiO trocadilho da música ‘Guri’, de César Passarinho, especialmente, a primeira estrofe […das velhas roupas do pai…] aplica-se ao patrono Edelmon Gomes de Oliveira. O piazito cresceu, no meio do campo, agarrado às bombachas do pai Edson Pires de Oliveira (in memoriam), lá na Várzea do Capivarita. Desde a infância a pilcha fez parte de sua vida, pois ao lado do seu ‘mestre’ troteou e galopou, auxiliando-o nas lides campeiras, sempre seguindo os seus passos.O guri, que aos 11 anos, foi estudar em Pantano Grande e Rio Pardo, nas férias tinha seu retorno às raízes. Na época, relembra, que a infância era ‘judiada’, mas dela carrega os valores que se forjaram pelos Caminhos da Tradição Gaúcha. Hoje, para contar na casa do patrono, as bombachas, lenços, boinas, chapéus, botas e outros apetrechos que fazem parte da indumentária do gaúcho campesino, precisamos ser bons em matemática. As peças, estão por todas as partes. Mas, existe um aposento na casa, que mais parece um ‘Santuário’, sem contar o galpão. Tudo, cuidadosamente, organizado. Dos trajes? Um para cada dia da semana. Pois, Edelmon, anda literalmente ‘a preceito’, e conta que para ele é a coisa mais normal. Embora, para o trabalho tenha o seu estilo, na hora de laçar segue, rigorosamente, as regras do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG).
Aos 55 anosO patrono Edelmon, que nasceu no dia 11 de julho de 1961, divide seu tempo de aposentado com as atividades ligadas à parte campeira, ora transportando animais para rodeios, ora auxiliando na fazenda de um amigo em Rio Pardo. Mas, o que ele não se descuida são de seus dois cavalos e dos compromissos com a entidade tradicionalista a que pertence, o Piquete Parceria Campeira. Onde também integra a patronagem, no Conselho de Vaqueanos. Neste fim de semana, as experiências da lida com o gado e com o laço, vão estar em evidência para o patrono durante a 7ª Festa Campeira, realizada pelo Piquete Parceria, na pista de laço, do Parque Municipal do Chimarrão.
Venâncio Aires há 31 anos é seu torrãoO pai da Fernanda, técnica de enfermagem e acadêmica de Farmácia pela Unisc, é casado com Denise Gomes de Oliveira, há 30 anos. Na Capital do Chimarrão chegou em 1975, após ser aprovado em concurso para a Brigada Militar e ‘destacado’ para exercer no município as suas atividades. “Ou estava fardado ou usando a pilcha”, destaca.Em Venâncio, Edelmon adentrou, efetivamente, os galpões. A convite do saudoso, José Schuh, fez um dos primeiros cursos de danças, de Venâncio Aires, instruído pela família Pavi e realizado pelo Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Erva-Mate, sua primeira entidade tradicionalista, na terra do mate. Posteriormente, participou do, hoje extinto, Grupo Piazito. Com o término da entidade, retornou ao CTG Erva-Mate. Há seis anos ele participa do Piquete Parceria Campeira, onde além de se garantir no tiro de laço, auxilia em todas as pontas. Mas destaca com orgulho: “Antes mesmo de entrar no CTG, já tinha meu cavalo.”
No dia a dia tenho o meu estilo, mas para laçar e cavalgar, aí sim, sigo as normas do MTG. Andar pilchado pra mim é normal. Esta é minha roupa, é um sentimento natural, porém, gaúchos todos nós somos, independente da pilcha” Edelmon Gomes de Oliveira – Patrono/ Semana Farroupilha 2016
MEU ABRAçO VAI PARA
Coordenadoria da 24ª Região Tradicionalista (24ª RT), pela indicação do meu nome à tamanha distinção: Comenda João-de-Barro, entregue pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), a pessoas que trabalham em prol da causa e divulgam seus feitos e fatos. Estou muito feliz, pois jamais sonhei com este reconhecimento. Das 30 RTs, são indicadas três pessoas para receberem o diploma. Da nossa Região, Marcos Nunes Correa (Encantado) e Luís dos Santos (Muçum), completam o trio. Cá estamos entre os agraciados, com muita honra. Digo estamos, pois a empresa Jornalística Folha do Mate é que me abriu o espaço, nesta coluna há 13 anos, a convite do Diretor de Conteúdo, Sergio Klafke. Atualmente, como integrante da equipe, o trabalho se ampliou, e nosso compromisso aumenta a cada dia, junto dos nossos leitores, apoiadores, fontes e incentivadores. Obrigada, de coração!