O aposentado João Francisco Bisneto, de 62 anos, fez um Boletim de Ocorrência na Brigada Militar de Vale Verde, na tarde do sábado, dia 26, contra o servidor público e operador de máquina da prefeitura, Roberto Kappaun por agressão física.Em depoimento relatou que um caminhão e uma máquina da prefeitura estavam fazendo um trabalho de aterramento em uma propriedade particular, no centro da cidade, no final de semana, fato que chamou sua atenção. “Qualquer cidadão pode e deve fiscalizar os atos do executivo, principalmente porque estão reclamando que não há mais recursos, e com isso, parando diversas obras no município, então porque realizar um serviço em uma propriedade particular em pleno sábado”, questionou o aposentado.Contou que estava na casa de um amigo, que faz divisa com a propriedade onde era feito o serviço. “Então decidi ir registrar com meu celular, quando o operador da retroescavadeira me viu, xingou, me chamando de marginal, e ordenou que eu parasse com a filmagem. Então parei e saí dizendo tchau querida, foi quando ele pulou a cerca, invadiu a propriedade particular onde eu estava, e desferiu um soco que cortou meu olho e quebrou meu óculos”, relatou Bisneto. Disse ainda que o operador da máquina continuou lhe agredindo, mesmo depois de ter caído no chão. “Ele só parou quando meus amigos interviram, sendo que eu poderia ter morrido, já que sou cardíaco e safenado. Além disso, o agressor me fez várias ameaças, inclusive de morte, e o dono do terreno, Ederson Bogado também me agrediu com chutes e ofensas verbais”, finalizou João Francisco Bisneto.. A Brigada Militar procurou o servidor público denunciado pela vítima, o qual assinou um Termo Circunstanciado, e que deverá ser encaminhado para a justiça, que tomará as devidas providências. Promotoria – Francisco Bisneto afirmou que irá entrar com uma denúncia no Ministério Público contra a prefeitura, pois entende que a mesma usou de bens públicos para favorecimento privado. “Mesmo depois da agressão, os dois funcionários da prefeitura continuaram trabalhando na propriedade por várias horas, e esse desgaste sai do bolso do consumidor, para o privilégio de uma só pessoa. Isso é inadmissível”, enfatizou o aposentado. Defesa – O acusado da agressão, Roberto Kappaun, disse que estava fazendo o serviço com autorização do prefeito, e que pediu para o aposentado apagar as imagens gravadas, o que não aconteceu, segundo ele. “Quando o Francisco saiu e deu tchau, eu fui até lá e o empurrei, sendo que ele caiu. Foi só isso que aconteceu”, afirmou o operador de máquina.Proprietário – Ederson Bogado disse que eles estavam trabalhando no seu terreno, quando Francisco Bisneto teria se aproximado e iniciado uma filmagem com o celular. “Então pedimos para ele numa boa para que parasse de filmar, pois não queríamos confusão. Como ele não parou, o operador da máquina deu um empurrão nele, sendo que ele caiu, e logo depois se levantou e jogou uma pedra enorme contra o operador, que não lhe atingiu porque ele saiu correndo”, alegou Bogado. Falou também que pagou o óleo diesel usado no serviço, bem como a terra trazida de uma propriedade particular. Com relação ao trabalho do operador e do motorista afirmou que os mesmos não lhe cobraram pelo serviço. Prefeitura – O prefeito Ricardo Azeredo disse que não irá se manifestar com relação à suposta agressão, pois não tem conhecimento da realidade dos fatos para poder emitir uma avaliação. Com relação ao fato de o aposentado afirmar que irá fazer uma denúncia no Ministério Público, Azeredo explicou que realizar serviços para os munícipes é algo rotineiro. “é comum fazermos pequenos serviços para particulares, pois são munícipes que pagam impostos e que merecem um auxílio do poder público. Inclusive tem várias propriedades particulares no município que já receberam serviços de acesso bem como aterramento, tanto na nossa, quanto em administrações anteriores”, destacou o chefe do executivo. Afirmou ainda que o próprio denunciante, poderia ser beneficiado se solicitasse um serviço do poder público.
