Hoje à tarde, os tradicionalistas e toda a comunidade venâncio-airense – junto com os representantes de todas as Regiões Tradicionalistas (RTs) do Estado -, vão presenciar um momento histórico. Pela primeira vez na área da 24ª Região Tradicionalista (24ª RT), será originada a Chama Crioula que iluminará mais uma Semana Farroupilha. O evento acontece às 16h, no monumento erguido na praça coronel Thomaz Pereira, no centro da cidade.
Mas a solenidade se inicia antes. A partir das 15h, cavalarianos de todas as RTs partem do Parque do Chimarrão, passando pela rua Osvaldo Aranha, em direção à praça. Além da origem da Chama, serão entregues títulos de Cônsul a tradicionalistas de outros Estados. Está prevista a participação de mais de mil tradicionalistas.
Após a solenidade, todos retornam ao Parque pela rua Tiradentes, com chegada prevista às 19h. A Chama originada segue em um candeeiro e será colocada em um fogo de chão, junto à sede da Asmuva. Lá, permanece até às 10h de amanhã, quando se inicia a solenidade de entrega das centelhas a todas as delegações.
Ainda na noite de hoje, acontece show com Marcello Caminha, a partir das 21h, no Poliesportivo. Entre as atrações, o público vai pode acompanhar a música-tema do acendimento, com letra de Libório Wilges, e arranjos e voz de Marcello Caminha e banda.
CHAMA
De acordo com a presidente da Comissão Executiva Municipal para o Acendimento da Chama Crioula, Luce Carmen da Rosa Mayer, a geração da chama vai acontecer do jeito mais primitivo de ser, através de um casal de índios que vai encenar a lenda da erva-mate. O casal é descendente de índios e ele pertence ao grupo dos Lanceiros Negros, da 26ª RT. O modo utilizado para gerar o fogo será definido hoje pela manhã.
GRUPO DOS OITO
Hoje, além da data histórica para Venâncio Aires, lembra a tradicionalista Beatriz Colombelli, é aniversário de nascimento de um dos idealizadores da 1ª Chama e Ronda Crioula. Em 1947, Cilço Campos Araújo e outros sete amigos – que formam o Grupo dos Oito -, liderados por Paixão Côrtes, realizaram o primeiro acendimento da Chama Crioula, em Porto Alegre.
A tradição foi mantida e hoje milhares de pessoas, de todos os recantos do Estado, participam das solenidades. é o caso dos amigos Otacílio Biscaino, 80 anos, e Ivo Bazana, 70 anos. Moradores de Manoel Viana, há diversos anos acompanham a criação da Chama e entrega das centelhas.
Este ano, além da dupla, outros dois tradicionalistas de Manoel Viana, pertencentes à 10ª RT, acompanham a comitiva. Amanhã, eles pegam uma centelha da Chama e domingo iniciam o percurso da volta, no lombo dos cavalos. “Serão 19 dias na estrada”, observa Biscaino. A centelha ficará guardada na ‘Chácara da Timbaúva’, propriedade pertencente a Biscaino.
Perguntado sobre o significado da busca da centelha, Biscaino foi enfático e resumiu em uma frase: “Isso é para mostrarmos que somos gaúchos.”