Da cerveja ‘delicada’ para mulheres, à Globeleza vestida. Sua empresa acompanha novos paradigmas?

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No início deste ano, duas empresas sofreram a repercussão de seus lançamentos. Uma, foi aplaudida pelo público. A outra, foi alvo de duras críticas.

Foto: Divulgação / Tudo & TodasA Globeleza vestida e a Proibida Rosas Vermelhas
A Globeleza vestida e a Proibida Rosas Vermelhas

O primeiro caso trata-se da marca Proibida Puro Malte, que lançou uma cerveja ‘delicada’ e ‘perfumada’, feita com rosas vermelhas ‘especialmente para as mulheres’. Rapidamente, as redes sociais da marca foram invadidas por críticas, as quais argumentavam, entre outros comentários, que o que define o gosto por cerveja não é o gênero, mas sim, as referências e o paladar da pessoa.

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Já o segundo caso, foi protagonizado pela Rede Globo, que no último domingo lançou sua tradicional vinheta de Carnaval. Para surpresa de todos, a Globeleza, que sempre apareceu nua e com o corpo pintado, desta vez está vestida com trajes típicos de regiões do país, e também exalta ritmos como o samba, o axé e o frevo. Nas redes sociais, a emissora foi elogiada por valorizar a riqueza cultural do país, ao invés de mostrar o corpo da mulher de forma objetificada.

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>> Assista a vinheta de Carnaval da Rede Globo:

O que estes dois casos têm a ensinar?

Em primeiro lugar, que as ações adotadas (um novo produto, uma campanha, uma declaração à imprensa ou em uma rede social) não ficarão imunes à avaliação crítica do público. Os consumidores têm voz, e não exitam em comentar, reagir ou compartilhar o que aprovam ou não. Com a agilidade da internet, os casos ganham grande repercussão, e muitas vezes, uma imagem positiva construída pela empresa durante anos, é destruída em poucas horas.

Em segundo lugar, que empresários e profissionais de branding e comunicação precisam pensar muito bem antes de apresentar um posicionamento.

Questões como gênero, distinção racial, orientação sexual, religião, exploração de animais, e novos formatos de família são temas pulsantes e precisam ser tratados com respeito e, principalmente, sensibilidade.

No caso da Proibida, por exemplo, não faz sentido a empresa lançar um produto que reforce a fragilidade e a delicadeza da mulher, em um contexto em que o público feminino tem se unido para lutar contra esse mesmo estereótipo que reforça o machismo e, muitas vezes, traz consequências fatais. Da mesma forma, associar a mulher à cultura, à arte e à beleza que não está diretamente ligada ao corpo, como fez a Rede Globo, mostra que a emissora está atenta aos discursos do seu público.

A má notícia para quem está à frente de um negócio, é que em um mundo repleto de diversidade, posicionar a empresa fica cada vez mais difícil. A boa notícia, é que instituições que souberem fazer isso de forma eficiente, ganharão o respeito dos seus consumidores.

    

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