Chuva, frio, calor, terrenos acidentados, ou pessoas em desacordo nunca foram um impeditivo para Alessandra Ludwig, 36 anos, realizar o resgate de um animal em situação de risco. Voluntária e membro da diretoria da Organização Não-Governamental (ONG) Amigo Bicho, a jovem aprendeu, neste processo, como se aproximar de um cão acuado, como cuidar da recuperação de um gatinho após uma cirurgia, ou mesmo, como ganhar confiança na convivência diária.
é essa experiência, acumulada em sete anos de envolvimento com o trabalho de proteção animal, que Alessandra tem aplicado a um negócio próprio. à frente da Bibi Pet Sitter, a empreendedora tem implementado um conceito inédito no município. Do inglês ‘pet sitting’, a prática pode ser traduzida livremente como cuidar de um animal em sua própria casa, como se fosse contar com uma babá de cães ou gatos.
O público-alvo do serviço são pessoas que, por motivos de viagem, longas jornadas de trabalho, ou mesmo doença do animal, precisam de alguém que possa cuidar do bichinho, sem tirá-lo de casa.
A grande vantagem é que o animalzinho não precisa sair do ambiente no qual já está acostumado, e vive bem. Gatos, por exemplo, gostam de deitar sempre na mesma janela em determinado horário do dia. Eles não gostam de quebrar a rotina”, explica.
Na prática, a pessoa entra em contato com Alessandra, e após solicitar o serviço, preenche um cadastro com informações detalhadas do cão ou gato, como personalidade, manias, uso de medicamentos, ou problemas de saúde. Após, é agendada uma visita, quando a pet sitter tem a oportunidade de conhecer o animal, e ali, já estabelecer uma relação de amizade e confiança. Quando isso não ocorre, Alessandra é franca com os clientes.
Se o animal não me aceitar, preciso dizer isso ao tutor, porque o serviço de pet sitter não pode gerar estresse ou mal-estar para o cão ou gato”, explica.
A partir daí, é fechado um pacote de serviços, que pode variar conforme a necessidade de cada cliente. Em geral, no entanto, compreende o cuidado do animal durante uma hora por dia. Nesse momento, Alessandra vai até a casa da pessoa, onde verifica água, comida, a limpeza do espaço, e dá atenção ao pet. Para tranquilizar os tutores, envia também vídeos e imagens do bichinho. Em casos de viagem, a pet sitter observa ainda a segurança da casa e recolhe correspondências, por exemplo.
Nesse pacote, pode ainda estar incluso o serviço de pet walker, ou em tradução livre para o Português, ‘caminhar com o animal de estimação’. Nesse caso, Alessandra faz passeios com os animais conforme o perfil e a necessidade.
Um cão de grande porte, muitas vezes, vai precisar de longas caminhadas para gastar energia, e depois passar o restante do dia tranquilo”, explica.
De forma geral, Alessandra cobra R$ 25 a hora de pet sitting para até dois animais, com negociação de valor para pacotes de mais de seis dias. Segundo a empreendedora, esse é um trabalho de grande responsabilidade e confiança, já que está entrando na casa das pessoas, e cuidando de integrantes muito importantes da família. Justamente por isso, em diversas situações, entrega mais do que o combinado. “Se o dia está muito quente, ou se vi que alguma coisa não está bem com o animal, por exemplo, posso voltar na casa mais uma vez naquele dia, para verificar a água, ou o bichinho”, comenta.
PROJETOSAinda em etapa inicial do negócio, Alessandra comenta que está aproveitando este momento para perceber a aceitação do mercado para a área. Se tudo correr como o planejado, pretende expandir o empreendimento para um ponto físico, onde além de pet shop, irá oferecer outros serviços voltados ao bem-estar animal. Uma das inovações, adianta, é um espaço para a realização de festas de aniversário ou outras comemorações para os pets.
Além disso, pessoas que fazem questão da presença de seus animais em uma comemoração, como um chá de panela, por exemplo, também poderão ocupar o espaço”, conta.
A julgar pelo amor que muitos tutores sentem por seus amigos peludos, não há de faltar mercado para esse empreendimento.