Desativado desde dezembro do ano passado o Centro Social, localizado ao lado da Escola Estadual Cônego Albino Juchem, não retornou como costumeiramente no início do ano letivo. O lugar abrigava em torno de cem estudantes, que frequentavam o local em turno oposto ao das aulas.

A partir deste fechamento, a Secretaria Municipal de Habitação e Desenvolvimento Social realizou o diagnóstico das crianças que necessitam de atendimento e passou a encaminhá-las para a Paresp ou para o Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos Raio de Luz, no bairro Coronel Brito.De acordo com a assistente social Daiane Fuhr, as mudanças ocorrem em função de adequação à Política Nacional de Assistência Social. “Muda o nome e a forma de atendimento”, cita a profissional. “O antigo Centro Social não deveria funcionar como turno oposto, não é creche ou escola, ele é um programa integral às famílias, para que superem situações de vulnerabilidade”, diz. Segundo ela eram atendidas crianças que não faziam parte do quadro prioritário do qual fazem parte benefícios recebidos como Bolsa Família, Benefício Prestação Continuada (BPC), crianças e adolescentes que têm vínculos rompidos ou fragilidade. Conforme dados da secretaria de Desenvolvimento Social, das cem crianças e adolescentes, entre 6 e 12 anos, em torno de 30 foram encaminhadas para o atendimento no Raio de Luz. “O que é importante ser entendido, é que o Centro Social não acessava as famílias que realmente precisam deste tipo de atendimento. Os que mais precisam desta atenção integral eram sem garantia de acesso” ”, explica a assistente social e diz que o foco não é trabalhar a parte pedagógica e sim a assistência.
Com as modificações e fechamento do prédio, o ingresso de vaga passa a ser registrado a partir do Centro de Referência em Assistência Social (Cras), com a avaliação da realidade de cada família. O atendimento passa a ser até os 15 anos e o leque se abre com oficinas e frequência alternativa. “Tem crianças que irão uma vez na semana em determinada oficina, não diariamente. Este cronograma está sendo organizado pelo Cras”, destaca a assistente social.

DESUMANOConforme o secretário municipal de Desenvolvimento Social, Arnildo Camara, o prédio onde estava sediado o antigo Centro Social era alugado e já foi devolvido ao proprietário. Camara garante que nenhuma criança ou adolescente que necessitar ficará sem o atendimento. Ele lamenta as condições que foram entregues não somente a parte estrutural, mas dos recursos que estavam sendo aplicados de forma diferente do foco. “Ficamos sabendo e fomos averiguar que tinha cobrança de mensalidades. Não pode ter carnê e obrigatoriedade de pagamento, ainda mais se é de cunho social”, diz o secretário. Na parte de estrutura Camara fala do que considera ‘desumano’. Com algumas fotografias do local em mãos, feitas durante vistoria, o secretário diz não haver condições econômicas para manter os dois espaços e não seria possível reabrir o prédio do Centro Social naquelas condições: ratos mortos, pêlos de ratos misturados com alimentos, desorganização e sujeira. “Além de adequar de forma correta a aplicação dos recursos da assistência social, as condições do prédio foi xeque-mate para decisão de fechamento deste espaço”, confirma o secretário. Camara deixa claro que “não estamos deixando de atender, e sim adequando os critérios e encaminhando as crianças para outros locais”.

