Em Venâncio Aires, somente no mês de março, foram cadastrados 44 novos Microempreendedores Individuais (MEIs). Destes, 60% são jovens entre 18 a 25 anos, segundo informações da Sala do Empreendedor. Por trás desta estatística estão histórias como a de Ivan Nunes, de 23 anos.

Embora tenha conquistado o registro de microempreendedor individual somente há cerca de um mês, o jovem carrega a vontade de empreender desde pequeno. Foi aos sete anos que sugeriu para a mãe, Eliana Nunes, a ideia de comercializar as bolachas de manteiga que fazia para consumo da família.
Na época, Eliana estava desempregada e aderiu à sugestão do ainda ‘pequeno empreendedor’. “Em um dia fizemos as bolachas e levamos para os vizinhos para provarem e ver se comprariam. Eles adoraram”, recorda a moradora de Linha Ponte Queimada. Ivan Nunes conta que foi então que o pai colocou uma caixa atrás da bicicleta – onde cabiam uns dez pacotes – e saiu para vender as bolachas.
No início da produção, Eliana não tinha nem máquina para fazer as bolachas e acabou pegando emprestado de uma vizinha, que é hoje das compradoras assíduas. Como o espaço na bicicleta estava ficando pequeno, mesmo depois de adicionar mais uma caixa na frente, era a hora de comprar uma moto e, assim, levar as ‘Delícias da Eliana’ para outras localidades. Nesse período, eram produzidas bolachas, cucas, pães, rapaduras e o que era solicitado pelos clientes, que também aumentavam de número.
Com a grande procura, foi preciso buscar um local adequado para a produção de bolachas e, também, um veículo que ‘desse conta’ de toda a demanda. Segundo Nunes, foi nesse período que o pai comprou um Fusca verde e, assim, o negócio foi crescendo. Até então, os produtos eram comercializados sem registro e, entre os anos de 2011 e 2012, a família buscou tornar-se uma agroindústria familiar, porém não se enquadrava nos requisitos. “Hoje tudo é possível graças à Sala do Empreendedor”, destaca Eliana.
INCENTIVOO jovem Ivan Nunes lembra que foi o incentivo de um primo que o fez dedicar-se à produção da mãe e, assim, buscar o registro de Microempreendedor Individual. Hoje, após ter tudo regularizado e já possuir CNPJ, afirma ter diversas vantagens. Entre elas está a obtenção de um rótulo para os 12 tipos de bolachas produzidos e garantias como o direito de aposentaria, pois contribui com o INSS. Além disso, Ivan é o responsável pelo controle dos produtos e financeiro, enquanto a mãe fica com a função de ‘colocar a mão na massa’, acompanhada de muito amor e carinho. São produzidos, diariamente, 90 pacotes de bolacha. A intenção da família é ampliar o empreendimento e ofertar o produto em supermercados de Venâncio Aires. E, ainda, no futuro, instalar-se mais próximo à RSC-287.

áreas mais procuradas
No ‘Top 5’ das áreas mais buscadas para efetuar o cadastro como microempreendedor individual, de acordo com o coordenador da Sala do Empreendedor do município, Tiago Wendt, estão tecnologia, padaria e confeitaria, construção civil, fotografia e eventos e publicidade. Desses empreendimentos, grande parte dos serviços é oferecida em casa, pois são conhecidos como prestadores de serviço. Ou seja, executam o serviço para o cliente, como é o caso da construção civil, onde pedreiros e pintores irão até o cliente prestar o serviço.
Nestes três primeiros meses do ano, já foram abertas 92 empresas na Capital do Chimarrão através do cadastro de microempreendedor individual. No mês de janeiro, foram 27 cadastros. Em fevereiro, 21 registros e, neste mês de março, 44. A baixa em março foi de 12, e total delas, desde janeiro, soma 33. “Essa procura nos deixa muitos felizes e otimistas, pois não imaginávamos que seria tão positivo”, afirma Wendt. O mês de fevereiro teve o maior registros de atendimentos: 503. Em março foram 359 e, em janeiro, 285 orientações.
REGULARIZAçãO
é importante regularizar-se, de acordo com Tiago Wendt, porque o dono do registro recebe o alvará e não precisa contribuir com nenhuma taxa municipal, apenas com o pagamento de uma guia única mensal que tem valores distintos para determinados serviços (entenda no infográfico), “independente do que ele faturar anualmente, desde que esteja dentro dos limites do MEI, que é de R$ 60 mil anuais”. Wendt ainda adianta que para 2018 esse limite de faturamento anual deve ser aumentado para R$ 81 mil.
O coordenador explica que os que buscam a orientação, principalmente, são pessoas que estão começando um negócio e desejam crescer. “A ideia é que não se permaneça como MEI, mas que se torne um grande empreendedor”, afirma. Hoje, muitos buscam na Sala do Empreendedor, muito mais que um registro, mas uma orientação sobre a área que desejam atuar, verificando o mercado e espaço que será necessário, além de dicas de marketing.