Com um histórico de resultados positivos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Colégio Bom Jesus Nossa Senhora Aparecida repetiu a dose e lidera o ranking do desempenho na prova de 2017, entre as escolas de Venâncio Aires.

Com média de 760,8 na redação e de 611,89 nas provas objetivas, a instituição alcançou a 13º e a 46º posições, respectivamente, entre as escolas gaúchas. O ranking, elaborado pelo jornal Folha de São Paulo, foi divulgado no fim da semana passada.
Recebemos esse resultado com muita alegria. É um trabalho que exige a parcela da escola, do aluno, que tem que se esforçar e se dedicar, e da família, que apoia e incentiva os filhos”, Inês Schwertner, gestora do Colégio Bom Jesus.
No topo da lista das instituições venâncio-airenses, também se destacam o Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul), em 97ª colocação nas questões objetivas, no Rio Grande do Sul, e a primeira colocada entre as públicas, no município; e o Colégio Gaspar Silveira Martins, segunda melhor escola de Venâncio na avaliação da redação, em 52º lugar no estado.
SimuladosPara a gestora do Colégio Bom Jesus, Inês Schwertner, o crescimento da escola tanto na nota das questões objetivas quanto na da redação é resultado de um trabalho focado na preparação dos alunos para o vestibular e o Enem, o que reflete em oportunidade para os egressos da instituição. “Com a boa colocação no Enem, os estudantes conseguem vagas para universidades, em cursos concorridos, como Medicina”, afirma.
A formação com foco no Enem começa no 9º ano do ensino fundamental e se estende por todo o ensino médio, com simulados do exame. “A partir dos resultados das provas, identificamos quais habilidades precisam ser trabalhadas com os alunos”, explica Inês.
A diretora também salienta a importância do projeto Espaço da Palavra, por meio do qual os alunos vão para o colégio, em turno oposto ao da aula, para atividades de redação. “Todo o processo é baseado na reescrita. O professor corrige as redações, aponta o que precisa ser melhorado, para o aluno reescrever, com base nas cinco competências avaliadas na redação do Enem.”

IFSul: qualificação dos professores
Integrante da rede federal de ensino, o IFSul é a melhor escola pública de Venâncio Aires no ranking do Enem. O diretor geral da instituição, Cristian Oliveira da Conceição, lembra que a preparação para o exame não é um objetivo da escola, que tem foco profissionalizante, com cursos técnicos integrados ao ensino médio.
Da mesma forma, o instituto não realiza nenhum projeto ou trabalho específico voltado à prova nacional. “Nosso principal objetivo é formar ótimos profissionais e cidadãos bem preparados para o mundo do trabalho. Adicionamos três línguas, teatro e artes no currículo, que para o Enem não interferem tanto, mas que para a formação do aluno fazem toda a diferença”, comenta o diretor.
Se compararmos com o ensino médio formal, temos uma carga horária reduzida para disciplinas básicas, como Química, Biologia, Geografia e História, para que se consiga encaixar o ensino médio integrado ao curso, dentro dos quatro anos. Em contrapartida, as disciplinas técnicas auxiliam muito no desenvolvimento lógico e das exatas”, Cristian Oliveira da Conceição, diretor geral do IFSul.
Para Conceição, o desempenho no exame é resultado de todo o trabalho do IFSul e da formação dos docentes. “Temos professores com alta qualificação – mestre e doutores – trabalhando com ensino médio e isso faz muita diferença”, considera.
Considerando a média de 650,79 na prova de Matemática – a maior na área, entre as escolas de Venâncio Aires – , ele observa que conteúdos trabalhados nos cursos de Refrigeração e Climatização e Informática auxiliam os alunos em questões exatas.
Gaspar: a importância da produção textual
Terceiro colocado entre as escolas venâncio-airenses na média das obras objetivas do Enem, o Colégio Gaspar Silveira Martins tem a segunda melhor posição na redação, entre as instituições do município, com 750 pontos. O diretor Tiago Becker atribui o desempenho positivo ao projeto de produção textual, no qual os estudantes são capacitados para construir o próprio texto. “O professor aponta os erros e o aluno faz a reescrita, melhorando a redação. Percebemos um crescimento muito grande nos textos, ao longo do ensino médio. A ideia é que, a partir disso, nos próximos anos, qualifique-se ainda mais as redações”, salienta.
Becker observa, entretanto, que, assim como o próprio Ministério da Educação (MEC) cancelou a divulgação do ranking de desempenho no Enem, o colégio não considera a lista de classificação um balizador de ensino.
Acreditamos que a formação é muito mais complexa e não pode ser embasada no ranking do Enem. Ele não pode ser a única referência para a formação do aluno, pois o mercado de trabalho exige muito mais habilidades”, Tiago Becker, diretor do Gaspar.
MEC não divulga ranking do Enem
Elaborado pelo jornal Folha de São Paulo, o ranking das escolas no Enem 2017 foi elaborado a partir do cálculo da média com as quatro áreas da prova objetiva (Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas).
A lista também identifica a classificação das escolas, conforme média da redação. Entretanto, a relação considera apenas escolas nas quais, pelo menos, 50% do total de alunos do 3º ano do ensino médio, realizada a prova, a partir de um mínimo de dez estudantes.Por conta desse recorte, as escolas estaduais de ensino médio Crescer e Adelina Isabela Konzen, de Venâncio Aires, não aparecem no ranking.
No ano passado, o Ministério da Educação anunciou que não divulgaria mais o ranking, como ocorria até então. Entre os aspectos que motivaram a decisão do Governo, de acordo com a Agência Brasil, estão o fato de que os ranqueamentos “não raro, comparavam escolas em situações socioeconômicas diferentes e que tinham, por exemplo, diferentes índices de participação no Enem”. Como não se trata de uma avaliação obrigatória, algumas escolas com poucos participantes acabavam sendo comparadas a instituições com mais participantes, o que influenciava nos resultados.