Em tempos de Copa do Mundo da Rússia, nossa sugestão literária de hoje é sobre uma página na história desse país. Mas não tem nada a ver com futebol, até porque o esporte não tem o mesmo destaque que em países da Europa ou da América do Sul.
Mas como a Rússia compõe muitos dos capítulos dos livros de História e quem já viajou para lá sabe que isso está impregnado nas ruas e prédios, há uma infinidade de referências literárias. Aqui vale destacar “Guerra e Paz”, de Tolstói, e “Crime e Castigo”, de Dostoiévski, dois dos maiores clássicos da literatura mundial.
No entanto, falaremos de História pura e um exemplo é “Gulag: uma historia dos campos de prisioneiros soviéticos”, da americana Anne Applebaum. Publicado no Brasil pela Ediouro em 2004, o livro tem 752 páginas.
SinopseO colapso da União Soviética trouxe à tona detalhes sobre um dos maiores crimes contra a humanidade cometidos no século XX. Coberto com um véu de segredo, o Gulag compreendia uma série de campos de concentração que atravessava o país. Suas localizações foram apagadas dos mapas oficiais, mas, ao lado do exílio forçado, eram um dos principais instrumentos do terrorismo de Estado do totalitarismo comunista. Neles, milhões de criminosos e, principalmente, prisioneiros políticos trabalharam como escravos, em condições sub-humanas, para ajudar a desenvolver e sustentar a cambaleante economia soviética da Revolução de 1917 até os anos 1980.
Com acesso a documentos do antigo regime e relatos de sobreviventes, Anne Applebaum conta a história desse massacre, do ponto de vista de seus planejadores e de suas vítimas, escrevendo definitivamente o nome Gulag na galeria da infâmia mundial, ao lado de outros como Treblinka, Sobibor e Auschwitz.