Insegurança política reflete na retomada da economia

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Não é de agora que o crescimento econômico no Brasil caminha vagarosamente. Basta analisar os números do Produto Interno Bruto (PIB), que até pouco tempo atrás estava projetado em 3%, mas a estimativa atual é atingir 2% em 2018. O número é uma referência tanto para projeções de arrecadação de impostos quanto despesas públicas. Essa projeção de queda aconteceu em meio aos dias de paralisações dos caminhoneiros, mas não estaria apenas relacionada a isso.Segundo o economista e professor de Matemática Financeira, Carlos Giasson, a greve deve refletir pouco no PIB. “Acredito que não terá um grande impacto, pois o Brasil é muito grande e não devem ser poucos dias que irão trazer um prejuízo maior. Afinal, se há uma previsão de crescimento de cerca de 2% no PIB, isso já está longe de recuperar o desemprego, por exemplo, que está em 13%”, explica.Diretamente, o economista acredita que a greve dos caminhoneiros impactou o setor primário e de serviços. “O prejuízo na produção agrícola não se recupera a curto prazo. Assim como nos serviços, porque deixou-se de vender e atender e esse tempo não volta. Quem vai arcar com tudo é o próprio produtor e o prestador de serviço”, esclarece.Além de um momento econômico instável e sem certeza de crescimento, o Brasil está às vésperas de uma eleição, outro fator considerado determinante para a retomada da economia. Para Carlos Giasson, a insegurança política também é um entrave. “Temos um governo que não passou pelo crivo do voto e ainda não se sabe quem serão os candidatos e muitos menos projetos para os próximos quatro anos. Enquanto não tiver clareza, a sensação será de insegurança”, analisa.

MOVIMENTAÇÃO POLÍTICAAo encontro dessa perspectiva, o economista Eloni José Salvi também entende que o crescimento econômico depende da movimentação política. “Enquanto tiver ameaça de qualquer tipo de greve e politicamente as coisas não apaziguarem, o cenário será de insegurança”, diz. Ainda para Salvi, as medidas anunciadas pelo governo para subsidiar o diesel trazem desconfiança e dificultam as atividades econômicas. “O que faz a economia girar é a confiança. E quando o governo começa a mexer em muitos setores, fica arriscado investir. Acho que pelos próximos 30 ou 60 dias ainda teremos um cenário de instabilidade”, conclui.

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Foto: Divulgação / Internet.


Débora Kist

Débora Kist

Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) em 2013. Trabalhou como produtora executiva e jornalista na Rádio Terra FM entre 2008 e 2017. Jornalista no jornal Folha do Mate desde 2018 e atualmente também integra a equipe do programa jornalístico Terra em Uma Hora, veiculado de segunda a sexta, das 12h às 13h, na Terra FM.

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