
Os primeiros sinais do Carnaval na cidade e no interior são dados pelos blocos. A tradição é mais consistente no interior que anualmente, por meio de sua associação carnavalesca, promove uma série de bailes de salão antes, durante e depois da folia. Já na cidade o número dos blocos diminuiu, mas mesmo assim a alegria e a diversão dos foliões permanece sendo uma garantia. As músicas em 2018 variam muito. Hoje elas vão desde das tradicionais marchinhas a Pabllo Vittar. Embaladas por muita batucada, pessoas com flores, brilhos, chapéus e outras fantasias, os blocos dão o colorido antes das escolas de samba tomarem as atenções nas noite de sábado e segunda-feira.
O secretário de Cultura e Esportes de Venâncio Aires, Saul Zart, diz que sempre teve grande admiração pelos blocos por conseguirem fortalecer ainda mais a festa mais tradicional do país. “Os blocos e as escolas de samba conseguem, todos a sua maneira, garantir um maior engajamento da comunidade”.
Ele argumenta que escolas de samba e blocos são importantes manifestações culturais e que, acima de tudo, contribuem para movimentar a economia local. “Tivemos uma certa diminuição no número de integrantes das escolas de samba e também no número de blocos de Carnaval na cidade. Mesmo estando mais vulneráveis, elas favorecem e movimentam o comércio local, em um período de sazonalidade provocado pelas férias”.
Para ele, algo que pode ser incentivado é a incorporação dos blocos pelas escolas de samba. Algumas das causas apontadas por ele pela diminuição dos blocos é a crescente no turismo nacional, a facilidade de locomoção ao litoral e mesmo o aumento na fiscalização aos blocos. “Blocos como Gela Goela, Ki-Panela e Turma do Funil entre outros eram muito tradicionais, mas com o tempo acabaram virando grupos de amigos”, observa o secretário.
GQ’s diversos

Enquanto uns deixaram de ter o seu “QG” – Quartel General -, outros surgiram para engrossar a festa de pré-Carnaval e, com isso, contribuir de forma natural com a economia da cidade. Esse é o caso do ‘Me Gela’ que existe há dois anos e reúne cerca de 30 integrantes. Apenas para estruturar a sede foram investidos mais de R$ 3 mil. “Bebidas, alimentação e aluguel da sala foram as necessidades iniciais. Mas até o fim do Carnaval, devemos investir ainda mais na nossa festa”, informa o vice-presidente do bloco, Rodrigo da Rosa, 22 anos. A média de idade dos integrantes é de 21 anos.

Um bloco antigo que resiste às mudanças dos tempos é o So’ Brahmus. Ele existe há oito anos, mas os seus integrantes já participavam antes disso de outros grupos. Um dos foliões é Vinicius Greiner, 26 anos. “O Carnaval é um momento único para nós e por isso esse grupo segue se reunindo todos os anos. Muitas vezes ao longo do ano falta tempo para nos visitarmos”. Ele informa ainda que manter esse laço garante a próxima geração seguir mesmo vínculo de amizade. O bloco possui uma infraestrutura considerável em seu QG: churrasqueira, cozinha, banheiro, cadeiras e mesas.
Carnaval no interior
Associação Carnavalesca do Interior de Venâncio Aires (Aciva) movimenta sete blocos que promovem eventos até o dia 17, no Departamento Adulto, e até o dia 18, no Infantil. Segundo o presidente da Aciva, Jairo Bencke, muitos blocos já estão na segunda ou terceira geração. Ele cita como exemplo o bloco Imperadores da Folia, de Linha Cecília, que está em atividade há 45 anos.
“No interior, o Carnaval de Salão é incentivado desde criança. A maioria ingressa nos blocos infantis e depois seguem nos blocos adultos. A grande maioria dos integrantes são casais. Mas permanecem no grupo por ser da essência deles”, avalia Bencke. Ele cita que o Carnaval Infantil existe há mais de 30 anos.
