Frota de veículos de Venâncio cresce 62% em dez anos

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Foto: Cristiano Wildner / Folha do MateTrânsito em Venâncio Aires, apesar de não ter congestionamentos, possui diversos pontos de retenção ao longo do dia na área central
Trânsito em Venâncio Aires, apesar de não ter congestionamentos, possui diversos pontos de retenção ao longo do dia na área central

O número de carros, motocicletas e caminhões cresce de forma rápida em Venâncio Aires. Com o aumento da frota, o município já tem aproximadamente meio veículo para cada habitante. Há dez anos, eram 27.721 veículos emplacados na Capital Nacional do Chimarrão, já em 2017 o número saltou para 44.835. O crescimento do número de veículos nesse período foi de 62% e a maioria são carros de passeio – que representam mais de 24 mil. Apesar de 2018 não entrar na média, o Detran informa que neste ano Venâncio Aires já possuí 44.936 veículos emplacados ao total.

A recente e rápida verticalização pela qual passou a cidade gerou novos bairros e tudo afunila no Centro da cidade. Para mudar essa realidade, a Administração Municipal estuda alternativas para garantir a criação das chamadas ‘vias rápidas’. Uma das medidas é tentar viabilizar, a partir da atração de recursos federais, a edificação de um anel viário. “É uma ideia que precisa ser amadurecida. Venâncio Aires cresce rápido e para evitarmos futuros transtornos, como congestionamentos, é preciso agir”, cita o coordenador do Departamento Municipal de Trânsito, Dário Martins.

Outro desafio da Prefeitura é deixar as vias dos bairros mais largas. Segundo Martins, atualmente existe uma resistência por parte dos loteadores de terrenos para a criação de avenidas, mas que são essênciais para a mobilidade urbana. Além disso, para a área central da cidade, num futuro próximo, outras ruas devem se tornar mão única. Ele acrescenta que ruas com grande fluxo de circulação – tanto de veículos, quanto de pedestres – precisam estar em mão única para garantir segurança dos usuários.

Mais desafios

Para organizar a mobilidade urbana, a Prefeitura possui ainda mais desafios. Além de regrar o uso das vias é necessário também incrementar e promover novas pavimentações. Estudo desenvolvido pela Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão identificou um déficit de 76 quilômetros em pavimentações. São vias que estão na zona urbana, porém ainda são de chão batido. Já as ruas com asfalto ou de paralelepípedo somam 150 quilômetros.

Sinaleira

O Departamento Municipal de Trânsito estima que em até duas semanas será reinstalada a sinaleira na esquina das ruas General Osório com a Coronel Agra. Ela foi danificada no ano passado após um caminhão passar pelo local com carga acima do permitido pela legislação. O reparo da sinaleira será feito por uma empresa de Minas Gerais e custará R$ 3,7 mil. Segundo a Administração Municipal, o proprietário do veículo foi contatado, contudo por se negar em resolver a situação de forma amigável será acionado judicialmente. Será cobrado pelo Município o valor do dano.

“Problema não é quantidade de veículos, mas a cultura que favorece o transporte individual”

No país, por pressão política, todas as infraestruturas foram feitas para o automóvel, e não para o transporte coletivo. A medida reflete diretamente nos municípios de diferentes tamanhos. Especialistas citam que o uso do carro para a compra no supermercado, para o lazer à noite, não causa grande prejuízo. Mas sim dezenas ou, até mesmo, centenas de pessoas irem para o trabalho todos os dias, para os mesmos destinos, de carro e na mesma hora.

O mestre em Planejamento Urbano e Regional, Augusto Alves, cita que “o problema não é a quantidade de veículos de uma cidade, mas a cultura que favorece o transporte individual”. Por isso, ele defende uma mudança na matriz de transporte das cidades. Para o especialista, é preciso generalizar o uso da bicicleta, implantar mais ciclovias, reduzir drasticamente as emissões de gases e os custos para as pessoas.

Ele cita ainda que pela topografia pouco acentuada de Venâncio Aires, é possível conseguir grandes progressos ao incentivar o uso da bicicleta para deslocamentos profissionais e mesmo para lazer. “É possível se deslocar em pouco tempo, de maneira barata, com uma opção de transporte ditada pela racionalidade e pela necessidade da população”, pontua.Alves, que é professor na Univates, destaca também que é preciso apostar no transporte coletivo mesmo que algumas linhas sejam difíceis de serem mantidas pelo pouco fluxo de pessoas. Por isso, ele adverte que para os modelos de mobilidade urbana darem certo é preciso apostar na mudança de cultura da população.

Frota de 2017 

Automóveis: 24.444Motocicletas, motonetas e ciclomotores: 12.499Caminhões e caminhões tratores: 1.551Ônibus e micro-ônibus: 309Tratores: 71Utilitários, caminhonetes e camionetas: 4.184Outros: 1.777Total:44.835

Frota entre 2007 e 2017

2007 – 27.721 2008 – 29.294 2009 – 31.142 2010 – 32.837 2011 – 34.640 2012 – 37.195 2013 – 39.390 2014 – 41.287 2015 – 42.509 2016 – 43.695 2017 – 44.835

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