Uma ligação muito forte, uma semelhança na aparência e um companheirismo sem igual. Esta é a rotina de quem possui um irmão gêmeo. Uma experiência diferente vivenciada por muitas famílias, que convivem com pessoas com estas características e até mesmo, eles próprios, que compartilham destes momentos ao lado de alguém tão próximo, inclusive no jeito de pensar e agir.
Apesar das diferenças de personalidade, a aparência física é muito semelhante e isso, faz com que ocorram fatos inusitados e curiosidades. Além de possuírem opiniões diferentes em determinadas situações, os irmãos gêmeos têm muita proximidade e possuem fortes laços afetivos. Conheça um pouco sobre esta rotina e veja como este convívio pode deixar esta relação ainda mais especial.
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O quarteto que você respeita
Um tipo de gestação rara, com probabilidade de acontecer uma em 600 mil casos. Gabriel, Rafael, Mateus e Julia Brandenburg, 13 anos, são quadrigêmeos e filhos de Orlando e Cirlane Brandenburg, moradores do interior de Venâncio Aires.
Embora em alguns momentos o ciúmes apareça, eles revelam que ser gêmeos é muito legal, pois sempre se tem companhia quando precisa. Parecidos fisicamente e confundidos até hoje, um com o outro pelas pessoas, o quarteto ainda fica sem jeito em algumas situações, apesar de já serem normais em suas vidas.
A rotina dos quadrigêmeos vai além do convívio só em casa, pois dividem a mesma sala de aula todos os dias, no oitavo ano da escola Professor Pedro Beno Bohn de Vila Arlindo. Isso faz com que estejam sempre juntos, um ajudando o outro, dividindo todos os momentos de suas vidas.
Sobre uma sitauação engraçada que já tenha acontecido com eles, revelam que quando brincavam de esconde-esconde e achavam um deles, gritavam “Um, dois, três, para um dos quadrigêmeos, sem falar o nome, ficávamos chateados”. Pensar as mesmas coisas e cantar uma música no mesmo instante são fatos engraçados e que ocorrem seguidamente, também em suas rotinas.
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Mateus ou Marcos? Eis a questão.
O Mateus e o Marcos são gêmeos univitelinos, nascidos aqui em Venâncio Aires, no dia 24 de outubro de 1997. Pelo fato de serem muito parecidos, as pessoas confundem muito um com o outro, mas dizem já estar acostumados e reagem com muito bom humor quando confundem seus nomes ou não encontram diferença entre eles.
Na maioria das vezes, quando trocam os nomes, entram na brincadeira e reagem como se a pessoa tivesse acertado quem é, só no final do diálogo revelam quem realmente são, fazendo com que todos caim na risada.
Uma situação engraçada que já aconteceu com os gêmeos, foi quando tinham 7 anos, Mateus estava doente e como dormiam em quartos diferentes, seus pais pediram para trocar de quarto, pois o de Marcos era mais próximo do quarto deles. Porém, durante a madrugada, o Mateus precisava tomar antibiótico, e por esse fato seus pais não lembraram que ele estava no quarto de Marcos. Resultado da história, Marcos acordou no susto e, tarde demais, pois já estava tomando os remédios que eram do irmão Mateus.
Em relação a ciúmes, nunca tiveram, “somos muito unidos e aprendemos muito um com o outro, nunca brigamos ou discutimos. Temos uma ligação muito forte, conseguimos nos entender até mesmo sem dizer nada um para o outro”, comentam.
Os garotos ainda curtem fazer um som, Mateus no violão e Marcos assume o vocal. A música une ainda mais os gêmeos que tocam na mesma banda, eles dizem que a música é como uma terapia para ambos.
Em uma coisa eles não combinam, o Mateus é gremista e o Marcos é colorado, mas isso se dá pelo fato de eles estarem cansados de usar roupas iguais, quando ainda crianças. “Quando éramos crianças, nossos pais nos vestiam totalmente iguais até os 8 anos de idade. Nosso maior trauma eram os primeiros dias de aula quando a professora parava a aula e tentava achar uma diferença para nos identificar. “Passávamos o maior mico e muita vergonha pela nossa timidez na época”, recordam.
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Nem tão gêmeas assim
Rafaela Braga Kappler e Laísa Braga Kappler, 23 anos, são filhas de Luciana Braga Kappler e Mauro Roberto Kappler. Rafaela é estudante de Odontologia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Laísa de Engenharia Civil, também na UFRGS.
Para elas, ser gêmeo é viver uma vida no plural. É participar de um eterno jogo de comparações, mas o ambiente e a herança formam cada um. A dupla diz que , ser gêmeas é um misto de sempre ter uma melhor amiga e viver a vida real que é ter um irmão. Rafa e Laísa não se acham nada parecidas, nem de personalidade e muito menos fisicamente. Altura, cor do cabelo, cor dos olhos, tipo sanguíneo, tudo diferente. Nunca ninguém confundiu elas, apenas quando muito pequenas, que a semelhança era maior.
Durante muito tempo se vestiam iguaizinhas, apesar de assumirem preferências diferentes, elas acreditam que era uma tentação para mãe de gêmeos vestí-las semelhantes, mesmo com cores distintas.“Com o tempo a gente ia querendo mudar, uma queria continuar com as mesmas roupas e a outra queria ser mais autêntica”, comentam. Até uma certa idade elas adoravam a ideia, mas depois cada uma foi criando sua própria identidade.
Por 17 anos, até o final do Ensino Médio, a ligação delas era muito forte. Sempre foram colegas, e, consequentemente, amigas. Compartilhavam a mesma rotina: colégio, lazer, amizades. Com a escolha de cursos completamente diferentes (Odontologia e Engenharia Civil), portanto, tudo mudou.Cada uma foi se virando sozinha, porque até então, nunca estavam sós. Amizades novas, objetivos diferentes, rotina que muitas vezes não permite nem que se vejam todos os dias.
A relação delas, hoje em dia, é uma mistura de vida adulta e memória de infância. Conquistaram muitas outras coisas, mas a ideia que as meninas têm, é de que a melhor amiga para contar tudo ainda segue. Elas definem que a relação é muito forte, “só tendo um irmão gêmeo para saber”.