Receitas com sabor de história

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Quem esteve no ginásio da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Professora Odila Rosa Scherer, na manhã de quarta-feira, 21, pôde viajar no tempo e no espaço, por meio dos sabores de 21 receitas de origem africana e indígena. Cuscuz, bolo de mel, tapioca, feijoada e pamonha foram alguns dos pratos elaborados por alunos do 7º e do 9º ano e degustados pelos demais estudantes da instituição. A atividade integrou a programação da Semana da Consciência Negra AfrOdila.

Realizada pelo terceiro ano consecutivo, a feira de degustação culinária é resultado de um trabalho da disciplina de Educação Física, coordenador pela professora e também nutricionista, Juliana Viecieli. De acordo com ela, a mostra é uma forma de trabalhar a cultura afro e indígena em sala de aula e, ao mesmo tempo, incentivar o estudo sobre os alimentos.

Foto: Juliana Bencke / Folha do Mate Após pesquisas, estudantes do 7º ano prepararam bolo de fubá para a feira de degustação
Após pesquisas, estudantes do 7º ano prepararam bolo de fubá para a feira de degustação

 

Por meio das pesquisas, Ághata Renz Ramos e Gabriela da Costa, ambas com 12 anos, descobriram que o cuscuz é um prato típico africano à base de farinha de milho e leite ou água, que era muito utilizado como alimento para os escravos ou pessoas pobres, por conta do alto teor nutricional e baixo custo. “Hoje, tem muitos tipos no Brasil, como o cuscuz doce, paulista e nordestino. No Sul não é um prato muito comum, mas é muito consumido no Nordeste”, explica Ághata.

A variação do prato elaborada pelo grupo das estudantes foi o cuscuz doce. “Ele tem uma consistência esfarela, mas quem não gosta pode colocar leite de coco para ficar mais úmido”, comenta.

Foto: Juliana Bencke / Folha do MateGabriela e Ághata explicam a origem africana do cuscuz e as variações da receita
Gabriela e Ághata explicam a origem africana do cuscuz e as variações da receita

MÃO NA MASSAAlém do aprendizado sobre a culinária de origem afro e indígena, o trabalho tem o objetivo de estimular os estudantes a preparem as próprias receitas e, inclusive, conhecerem a possibilidade de substituir ingredientes em opções menos calóricas.

“É um trabalho realizado desde o início do ano, com pesquisa e o cálculo do valor nutricional de cada receita. Os alunos se interessam muito, porque é algo prático e há um grande envolvimento das famílias”, destaca a professora Juliana. “No preparo da farofa e da feijoada, por exemplo, os pais ajudaram. No grupo que fez a pamonha, os alunos descobriram que uma avó sabia a receita e ela ajudou a fazer”, conta.

Por conta do trabalho, Guilherme Henrique Back, Rafael Arend, Renato Arend, Gabriel Alan Pumpmacher e Roberto Petersen Gullich, do 7º ano, fizeram pé de moleque pela primeira vez. A receita levou um quilo de amendoim, açúcar e leite condensado. “Cada um mexeu um pouco, para não cansar, porque não podia parar de mexer”, conta Guilherme.

Foto: Juliana Bencke / Folha do MateProfessora Juliana mostra o livro de receitas produzido pelos estudantes
Professora Juliana mostra o livro de receitas produzido pelos estudantes

Entre as receitas elaboradas pelos estudantes estiveram cuscuz, bolo de mel, bolo de fubá, pé de moleque, bunny chow, canjica, pamonha, paçoca, tapioca, pipoca, pão de queijo, cocada e melktert (torta de leite).

ProgramaçãoA Semana da Consciência Negra AfrOdila começou na segunda-feira, 19, e já contou com momento de recepção dos alunos com música, ornamentação da escola e contação de histórias. O encerramento da programação ocorre hoje, com tarefa da gincana destacando elementos da cultura afro e indígena, além de oficina de turbante.

Foto: Juliana Bencke / Folha do MateEstudantes colocaram a mão na massa para preparar pé de moleque
Estudantes colocaram a mão na massa para preparar pé de moleque

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