15 anos: rituais e comemoração, em uma idade de mudanças

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Uma festa dos sonhos, com direito a par de honra, valsa e vestido longo. Um momento para curtir com os amigos. Uma viagem. Um baile de debutante. Um dia sem festa, mas cheio de significado. Não existe forma certa ou errada de marcar a chegada dos 15 anos. O importante é comemorar e curtir, ao lado de pessoas especiais, esse momento que representa o início de uma etapa importante, rumo à vida adulta.

Nesta edição, apresentamos exemplos de meninas que celebraram, de diferentes formas, a chegada dos 15 anos. Em cada uma delas, fica evidente que o mais importante vai além do vestido, dos doces ou da decoração: é a relação com a família e os amigos nesta idade ou em qualquer etapa da vida.

Uma festa repleta de significados

Com a semente plantada durante a festa de 1ª Comunhão, aos 11 anos, Amanda Reck Schmidt decidiu que a chegada dos 15 anos seria marcada por uma festa dos sonhos, daquelas de conto de fadas.

Tudo isso foi possível com o apoio da família, principalmente, da mãe Fernanda Luisa Reck, 38 anos, que viveu junto da filha a magia por trás de uma festa de 15 anos. “A mãe aproveitou a festa, entrou no clima como se a festa fosse dela”, conta Amanda, aos risos.

A festa de Amanda ocorreu em dia 2 de fevereiro na sede da Asmuva, mas, até o tão sonhado dia, foi um ano de preparação. “Sempre gostei da ideia de festa, a minha foi tradicional e moderna ao mesmo tempo”, explica.

O evento marcou o novo ciclo da adolescente e, ao mesmo tempo, os 5 anos da irmã Sofia. “Decidimos fazer uma festa juntas, já que nosso aniversário é em datas próximas. Foi muito emocionante, eu entreguei uma boneca para ela e ela me entregou o salto. Foi lindo.”

Juntas, elas comemoraram a data especial, mas com características próprias da idade. Cada uma teve seu bolo, anel e momento de beleza. Inclusive, Sofia participou do book da irmã. “ Foi muito emocionante registrar esses momentos ao lado da Sofia. Ela queria tudo igual da mana, a cor do vestido, a unha e a maquiagem”, conta Amanda.

Para a guria, o mais emocionante da festa foram as homenagens. A mãe cantou uma música, homenageando as filhas. Amigas e a família do pai de Amanda também fizeram declarações. Ela, por sua vez, distribuiu as 15 rosas para as pessoas que mais marcaram a vida dela e dançou a valsa com sete homens da família – entre eles, pai, padrasto, avôs, dindos e par de honra.

A abertura da pista de dança foi um desafio entre mãe e filhas. “A ideia foi passar a ideia de cronologia. Com a mãe fiz o desafio e cada uma dançava músicas da sua época. Depois com minhas tias, dindas e avós também foi assim, finalizei com meus amigos e amigas.”

Amanda salienta que a boate foi bastante animada. Os drinks eram sem bebidas alcoólicas e os convidados entraram na vibe da festa, se fantasiaram e usar muitos confetes e serpentinas. “Foi uma diversão total.”

Amanda comemorou a festa ao lado da irmã Sofia, que completou 5 anos. (Foto: Rafael Costa/ Divulgação)

Surpresa

Além de toda a preparação para a sua festa, Amanda, junto da turma do 9º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Cidade Nova, organizou em 2018, duas festas surpresas para colegas que não iriam realizar um evento para marcar a chegada dos 15 anos. “A gente fez surpresa mesmo, juntamos a galera, avisamos os pais das meninas, levamos os ‘comes’ e foi aquela festa. Não era justo deixar essa data passar em branco.”

Lembranças de um grande dia

O sonho de fazer uma festa de 15 anos virou realidade, assim que a estudante Tailine Luana Penk, moradora de Linha Isabel, preencheu a ficha de inscrição para participar do Baile de Debutantes do Rotaract, no ano passado. “Sempre tive este sonho, mas minha família não tinha condições de realizar uma festa”, conta.

Assim que souberam do concurso, Tailine e mais oito meninas da Escola Estadual de Ensino Médio Sebastião Jubal Junqueira se inscreveram no projeto. “Quando cheguei em casa e recebi a notícia que estava entre as 12 escolhidas dei um grito de alegria, foi uma surpresa para mim”, relembra.

De maio a setembro, as debutantes frequentaram oficinas, palestras e ensaios. Alguns encontros eram individuais, já outros, junto da família. “Foi uma experiência muito bacana conviver com outras meninas que estavam ali a poucos passos de realizar o mesmo sonho que eu”, comenta.

Entre muitas outras expectativas para o grande dia, Tailine estava curiosa para experimentar o vestido. “Assim que nos avisaram para fazer a primeira prova do vestido, convidei a minha mãe e corremos para lá. Fui a terceira menina a experimentar a roupa”, lembra.

No dia 15 de setembro de 2018, cada momento teve um significado especial para a debutante: a entrega da rosa para a madrinha, a valsa com o pai e o anel de 15 anos que recebeu da mãe. “A entrada foi o momento mais emocionante para mim”, recorda. Quando os pais ouviram o nome da filha, foi impossível conter as lágrimas. “Meu pai só havia se emocionado uma única vez, com o nascimento do meu irmão, mas neste momento eu pude perceber a alegria nos olhos dele”, relembra, em meio a sorrisos.

Tailine foi uma das 12 meninas que participaram do Baile de Debutantes do Rotaract, no ano passado. ( Foto: Cris Frantz/ Divulgação)

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Quer participar?

Meninas que completam 15 anos em 2019, estudam em escolas públicas de Venâncio Aires e cujas famílias não têm condições de realizar uma festa de 15 anos podem se inscrever no projeto Baile de Debutantes, promovido pelo Rotaract Club Venâncio Aires. Ao todo, serão selecionadas dez gurias, que terão direito a vestido, cabelo, maquiagem, book fotográfico, par de honra, valsa e um baile de 15 anos, bem como, atividades de capacitação pessoal. A ficha de inscrição pode ser conferida na página do Rotaract no Facebook.

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Fala, aí psicóloga!

Fazer 15 anos é o início de um novo ciclo na vida do adolescente, pois é um período de preparação para a vida adulta. “A menina se prepara para se tornar mulher. Exemplificando isso, na festa de 15 anos ela faz a troca do sapato de salto baixo para o alto, realiza a troca de vestidos, a própria festa torna-se um ritual”, observa a psicóloga Gabriela Anita Sterz. Ela lembra ainda que, tradicionalmente, nesta idade, a menina é apresentada à sociedade como mulher. “Ela passa a usar roupas mais adultas, ter mais responsabilidades e, em alguns casos, a ter permissão para começar a namorar”, comenta.

De acordo com a psicóloga, nesta idade, os adolescentes vivem em seu próprio mundo, estão conhecendo sua própria personalidade. Muitas vezes, preferem ficar mais isolados e isso faz parte desta fase, porém, deve-se sempre ficar atento. “Conversar com o adolescente é a melhor maneira de entender o que está acontecendo no seu mundo, entender e não julgar, saber que esse é um período de altos e baixos”, alerta Gabriela.

Ela explica que a fase dos 15 anos é o momento em que os adolescentes estão conhecendo seus ideais, se comparam muito com o mundo dos outros e buscam se reconhecer em grupos de amigos. “Eles começam a ter mais independência, porém, é uma independência imatura que ainda necessita do olhar adulto para aprovação de algumas situações”, pondera.

“Cada adolescente é único, se desenvolve de uma maneira, em seu próprio ritmo e de acordo com seu meio familiar e social.”
GABRIELA ANITA STERTZ
Psicóloga ( Foto: Arquivo Pessoal)

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Meninas amadurecem mais cedo?

Segundo a psicóloga Gabriela Anita Sterz, as meninas e os meninos desenvolvem-se de maneiras diferentes em certas áreas, inclusive, pesquisadores estão constantemente estudando genes, hormônios e o cérebro de meninas e meninos, para entender algumas diferenças entre os gêneros.

Sabe-se que existem diferenças físicas, corporais e cerebrais em relação ao crescimento dos gêneros, mas ainda é um mistério como isso afeta o comportamento e personalidade de ambos”, afirma. Ainda, de acordo com Gabriela, é preciso levar em conta que existem variações físicas, mentais e emocionais entre as meninas e os meninos.

    

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