Fundado em 1941, o Colégio Nossa Senhora Aparecida passou a integrar a rede de ensino Bom Jesus, em 2009, e desde então, mudou de nome. Apesar disso, para a maioria dos venâncio-airenses, ele segue sendo ‘o Aparecida’, em meio às lembranças da época que a escola era administrada por freiras e tinha o curso de Magistério como principal destaque.
Entre tantas pessoas que fazem parte dessa história está Lori Edith Goettems, 81 anos – mais conhecida como irmã Lori. A religiosa veio do interior da cidade para a escola aos 14 anos e, logo depois, conforme sua vontade, foi para o Colégio São Miguel, de Arroio do Meio, onde havia um aspirantado – casa de formação para jovens que desejam entrar para a vida religiosa.
Em 1961, a irmã teve a primeira experiência como professora, no Colégio Aparecida. Na época, a direção ficava por conta da irmã Madalena, que confiou a regência da 1ª série à Lori. “Tenho saudade deste tempo em que se trabalhava com alegria e colhia frutos que davam satisfação.”
Após dois anos, a irmã precisou sair da escola, pois, segundo ela, “a vida religiosa é intinerante”. No entanto, em 1971, voltou para o Aparecida e assumiu a direção da escola. Entre os momentos mais marcantes do período em que atuou no local, a freira cita a construção do ginásio de esportes. “A cerimônia da inauguração da Área Recreativa do Colégio Aparecida (Arca) foi um marco indelével que ficou na memória e que recordo com muita gratidão.”
Irmã Lori, que hoje reside em Porto Alegre, permaneceu no Aparecida até 1980 e ressalta a alegria e gratidão com as quais lembra do período. “O grupo de professores era competente e muito bom, os alunos se distinguiam pelos resultados que apresentavam, eram bem classificados”, lembra.
SALA DE AULA E CANTINA
O professor de Língua Portuguesa José Balduíno Butzge, 79 anos, lecionou no Colégio Nossa Senhora Aparecida, de 1973 a 1990. Quando ingressou da escola, irmã Lori era diretora. Butzge lembra que a rua Jacob Becker era muito diferente, na época. “Da escola até a atual Funerária Kist, era tudo das irmãs, elas tinham chácaras, plantavam e trabalhavam em hortas. Nesse período, a escola tinha um juvenato, no terceiro andar, onde moças moravam e estudavam sobre a religião”, conta.
Dois anos depois de se aposentar, Butzge foi convidado para assumir o bar do colégio e cuidar do ginásio, função que desempenhou durante 17 anos. Ele lembra com carinho da época. “Era uma turma muito unida, muito festeira, uma família, um espírito de acolhimento. Tenho contato com alunos e colegas até hoje.”
Entre tantas vivências, o professor aposentado recorda que muitos alunos diziam que tinha um túnel entre a escola e a paróquia, que passava embaixo da rua. Segundo ele, uma vez foi permitido que eles fossem no porão procurar a passagem e confirmar que era um mito.
Curiosidades
– No início, a escola era dirigida por freiras e os alunos participavam de missa dominicais com uniformes de gala. A catequese para 1° Eucaristia era feita na escola.
– No porão, se localizava a lavanderia e ficava o depósito de diversos materiais.
– Em 1977, o Colégio Aparecida chegou a ter 1.650 alunos, maior número da instituição. Atualmente, são 329 estudantes.