“[…] de todos os oficiais da força de meu comando, vos declaro que a guerra civil que há nove anos devasta este belo país, está acabada.” A frase que aprendemos nos livros de História relata parte do que foi a pacificação da Revolução Farroupilha.
Ela está no documento assinado pelo general David Canabarro, um dos líderes dos farrapos, nos campos de Poncho Verde (hoje Dom Pedrito), em 28 de fevereiro de 1845. Ainda que seja uma cópia, a correspondência pode ser vista por quem visitar o Museu de Venâncio Aires durante este mês.
Os documentos são cópias dos originais, inclusive com aspecto envelhecido e amarelado de papéis de 180 anos atrás. São cerca de 10 correspondências escritas entre 1835 e 1845, por militares como o próprio Bento Gonçalves e de civis, como um pai que relata à filha o dia a dia da guerra.
“São cartas com relatos diversos, inclusive com pedidos de roupas e até a cedência de escravos”, explicou a professora de História e auxiliar de acervo do Museu, Josiele Grasel. Além das correspondências, também estão expostas indumentárias do início do século XX, facas e espadas.
Os itens fazem parte da exposição especial “Mês Farroupilha”, para marcar o 20 de setembro, data comemorada no Rio Grande do Sul. É com esse projeto que a Secretaria Municipal de Cultura e Esportes, em parceria com o Museu, realizou ontem a primeira edição do “Uma noite no Museu”. A ideia é que nas terças e quintas-feiras da primeira semana de cada mês, a Casa de Cultura possibilite visitas noturnas.
Aberto à comunidade, o projeto conta com a participação de estudantes e ocorrerá das 19h às 21h, com entrada gratuita. As próximas edições estão programadas para os dias 1º e 3 de outubro, 5 e 7 de novembro e 3 e 5 de dezembro.
HORÁRIOS
Além dos horários noturnos, o Museu fica aberto de terça a sexta-feira, entre 13h30min e 16h45min, e dois domingos por mês, entre 15h e 18h. Em setembro, será nos dias 15 e 29. A partir de outubro, a mostra “Mês Farroupilha” deve ser substituída por uma exposição de relógios antigos.