Nova escola do Senai é prioridade da Fiergs

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A sede própria da Escola Profissional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) Frederico Closs em Venâncio Aires irá, sim, ser construída. No entanto, não há prazo para que o projeto saia do papel e a expectativa de vê-la pronta em 2020 – período inicialmente previsto – , não deve se confirmar.

A informação é do diretor regional do Senai no Rio Grande do Sul, Carlos Artur Trein. Mesmo sem ‘bancar’ uma data de início, Trein diz que uma escola nova em Venâncio segue como prioridade da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), mantenedora do Senai no estado. “Isso não muda, seguimos monitorando. A construção é nossa prioridade, porque Venâncio precisa. O prédio já não comporta mais as necessidades e a demanda por qualificação tem aumentado.”

Ainda conforme Trein, o principal entrave, hoje, para pensar já na execução do projeto, é a questão orçamentária. Ela está associada diretamente à possibilidade de cortes de recursos federais destinados ao Sistema S, que inclui instituições de apoio ao setor empresarial, como Sesi, Sesc e Sebrae. “A revisão de taxas de arrecadação do Sistema S ainda está em negociação e podemos sofrer cortes. Então qualquer investimento poderá ser comprometido e por isso é arriscado garantir uma data para que a escola seja construída em Venâncio”, ponderou.

O diretor regional revela que os investimentos podem chegar a R$ 7 milhões.

IMPORTÂNCIA

O Senai foi implantado em Venâncio Aires em 1994, na época através de uma parceria com o Colégio Oliveira e a Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Venâncio Aires (Caciva). Desde 2000, mantém sua estrutura em um prédio alugado, na rua 1º de Março.

Em 25 anos, ajudou a formar parte da mão de obra de muitas indústrias da cidade, fator considerado importante para a economia local, conforme destacou o presidente da Caciva, Vilmar de Oliveira. “Sempre contamos muito com a escola e o Senai tem esse histórico de formar.”

Mas, para melhorar essa formação, Oliveira, que é coordenador empresarial da Fiergs na região e presidente do Conselho Consultivo do Senai local, foi ao encontro das palavras de Carlos Trein. “Embora haja esse impasse sobre os recursos, temos um problema técnico, porque o prédio não supre mais as necessidades de investimentos em cursos. E para continuar atendendo bem a demanda, será necessário um outro espaço.”

Projeto passará por articulação com o Município

Com a indefinição de prazos, o diretor regional do Senai, Carlos Artur Trein, disse que qualquer situação será verificada junto à Prefeitura, o que passa, entre outros fatores, por uma questão legal.

Para entender, é preciso voltar a 2014, quando a Administração Municipal doou uma área de 10.302 metros quadrados, localizada no bairro Aviação, ao Senai. Pela legislação, o prazo dizia que a entidade deveria erguer o prédio até junho de 2020. Se isso não se confirmasse, o terreno retornaria ao Município. “Precisamos tratar esses trâmites, porque provavelmente deve ter uma prorrogação na lei. Mas acho que será tranquilo”, estima.

Sobre isso, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de Venâncio, Nilson Lehmen, explica que, caso a construção não se confirme dentro do prazo inicial acordado, o Senai é quem deve ‘provocar’ a Prefeitura. “Pode requerer administrativamente, mediante apresentação de um novo cronograma, uma extensão desse prazo. Esse pedido será submetido à análise do Conselho Municipal de Desenvolvimento Industrial e Comercial e, havendo a constatação do interesse público, isso será revisto.”

Ainda conforme Lehmen, essa ‘provocação’ deve acontecer, ainda mais porque outras entidades já teriam interesse na terreno. “Outras entidades educacionais estão visualizando a não utilização pelo Senai. Têm manifestado, informalmente, interesse na área. A nós cabe aguardar esse prazo para que o Senai apresente uma proposta de plano ou se vamos analisar outros projetos.”


“Somos grandes parceiros e acredito que o Senai vai apresentar um planejamento estratégico de atividades. Uma sede própria vai possibilitar mais formação de mão de obra, parcerias a custos menores e beneficiar mais pessoas.”

NILSON LEHMEN – Secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo


Manutenção mecânica é o foco local

Para atender a uma demanda cada vez mais crescente, o Senai de Venâncio Aires vem mudando, gradativamente, sua característica. Segundo o gerente de operações, Daniel Machado, historicamente o município sempre trabalhou os cursos de usinagem. No entanto, o foco já é outro.

“O Senai sempre olha para a matriz industrial de cada região. No caso de Venâncio, para atender a demanda da indústria local, como metalúrgicas e fumageiras, a necessidade é pela manutenção mecânica. Mas é um processo gradativo e não será imediato.”

Parte desse processo já começou e muito equipamentos deixarão de ser usados. Mas nesses casos não se trata apenas de uma mudança de foco nos cursos, mas porque parte do maquinário não atende à Norma Regulamentadora NR 12 do Ministério do Trabalho, a qual define princípios e medidas de proteção aos trabalhadores em máquinas e equipamentos.

Entre os equipamentos ‘aposentados’ ou que deverão ser readequados, há tornos, furadeiras, fresadoras e retíficas com mais de 10 anos de uso. Com a necessidade de investimentos em manutenção mecânica, aos poucos o Senai deve receber câmeras termográficas, endoscópicos, bancadas didáticas hidráulica e pneumática, alinhador laser, entre outros.

Senai forma cerca de 200 jovens por ano (Foto: Débora Kist/Folha do Mate)

FORMAÇÃO

Atualmente, o Senai conta com 280 alunos nos cursos de aprendizagem industrial – cerca de 200 formados por ano. São jovens entre 14 e 24 anos aprendendo sobre elétrica, desenho mecânico, mecânica CNC e logística. Eles são matriculados através de parcerias com empresas, as quais podem ajudar esses jovens com uma carta de indicação ao Senai.

“A adequação de estratégias de atuação vai além das questões de legislação, mas quer aproximar cada vez mais a realidade da indústria local ao processo pedagógico. É dessa forma que o Senai auxilia no desenvolvimento econômico”, destacou o gerente de operações, Daniel Machado.



Débora Kist

Débora Kist

Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) em 2013. Trabalhou como produtora executiva e jornalista na Rádio Terra FM entre 2008 e 2017. Jornalista no jornal Folha do Mate desde 2018 e atualmente também integra a equipe do programa jornalístico Terra em Uma Hora, veiculado de segunda a sexta, das 12h às 13h, na Terra FM.

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