Assim que a edição da Folha do Mate de quinta-feira, 10, chegou aos assinantes de Linha Sapé, algumas mensagens foram enviadas à redação. Todas, contrariando a informação repassada pela administração municipal de que as obras de asfaltamento daquela localidade haviam sido retomadas a pleno. “Isso aqui tá uma vergonha. É só promessa e até as máquinas estão sendo levadas embora”, contestou Solange Kunz, 32 anos.
A comerciante, que integra a comissão de moradores que luta pela pavimentação do trecho de quase seis quilômetros, mencionou que o prefeito Giovani Wickert garantiu que o asfalto ficará pronto em um ano. “Mas como, se não tem ninguém trabalhando”, questiona.
Oficialmente, a obra começou em maio deste ano. Na semana passada, o chefe do Executivo e a secretária Jalila Heinemann se reuniram com o presidente do Daer, Sívori da Silva, para tratar sobre o andamento da obra. O município aumentou sua contrapartida em R$ 1 milhão (já havia firmado o pagamento de R$ 1.061.819,45), enquanto que a autarquia custeará R$ 4.247.279,69.
Nem marcação
Morando há seis anos em Linha Sapé, Loraci Keller, 38 anos, disse que a estrada está pior do que antes e que nunca viu ninguém trabalhando para fazer a obra do asfaltamento. “Tem um grande fluxo de veículos e muita poeira. É um bom lugar para morar, mas o asfalto fortaleceria o comércio de todo o município”, disse.
Enquanto limpava a frente da sua casa, Loraci observou que foram feitas promessas, mas nem a marcação da pista foi realizada. “E no ano que vem tem eleição e o povo não é burro”, argumentou.
Ontem à tarde, a reportagem da Folha do Mate percorreu todo o trecho que será asfaltado e comprou o que foi dito pelos moradores. Também flagrou uma retroescavadeira sendo colocada sobre um caminhão com adesivo da empresa Avante, a responsável pela obra.
Tudo normal
Ontem à tardinha, a secretária Jalila garantiu que as obras seguem em ritmo normal. Ela relatou que esteve reunida com a equipe técnica responsável pela medição da via e que o cronograma segue mantido, com o fim da obra prevista para maio do ano quem vem.
O engenheiro Bruno Bisognin, da empresa Avantte, explicou que as obras estão em ritmo lento, já que depende do Daer, que fiscaliza e libera o início da próxima etapa. Sobre as máquinas estarem sendo retiradas, disse que é somente para manutenção. Sobre os pagamentos, observou que está tudo regularizado.