Nova Orleans: fique de olho na temporada de furacões

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Por Ana Flávia Hantt*

Quem deseja conhecer o Sul dos Estados Unidos, especialmente na costa do Golfo do México, deve estar preparado para enfrentar um furacão. No verão americano, principalmente nos meses de agosto e setembro, severas tempestades podem atingir a região, acabando com o planejamento das férias, e muitas vezes, até oferecendo perigo de vida.

Nova Orleans é uma dessas cidades – e muita gente deve lembrar do Furacão Katrina, que tirou a vida de mais de mil pessoas em 2005. Pessoalmente, mais do que vivenciar a mágica e a música de Nova Orleans, a temporada de mais de dois meses no local entre maio e agosto deste ano veio também com a ameaça causada pelo primeiro furacão do ano: Barry, que chegou muito mais cedo do que o comum, ainda no mês de julho.

Tudo começou em uma quarta-feira pela manhã, quando o sistema de drenagem da cidade não foi suficiente para comportar os mais de 55 milímetros de chuva que caíram em cerca de duas horas. Rapidamente, as ruas estavam alagadas, e quem queria mover automóveis para um lugar mais alto, ou recolher móveis de jardim, precisava enfrentar uma inundação que passava da altura dos joelhos. Com o incidente, a cidade logo ficou sem eletrecidade, e inúmeras pessoas ficaram ilhadas durante todo o dia – inclusive dentro de carros estacionados nas ruas.

Passado o susto, os canais de notícia começaram a reportar que a tempestade Barry viraria furacão, e atingiria a região no sábado. Os altos níveis de chuva iriam encontrar um rio Mississipi quase em sua capacidade máxima, causando uma situação nunca vista na história do estado. E foi assim, que uma operação detalhadíssima se iniciou.

Os principais canais de televisão passaram a transmitir pronunciamentos de autoridades 24 horas por dia, e a todo momento, surgiam alertas em mensagens de texto nos celulares. Os moradores foram avisados com dois dias de antecedência sobre todas as precauções que deveriam ser tomadas, desde mover carros para edifícios-garagem, até as maneiras mais eficientes de armazenar gelo. A orientação era que a população se preparasse para três dias de isolamento sem água e sem eletricidade. Na casa em que estávamos, organizamos com um vizinho um plano de ação no qual ele nos resgataria com um barco, se fosse necessário. Números de emergência eram anunciados a todo o momento, e mais de 600 trabalhadores foram movidos para o estado da Louisiana para trabalhar o mais rapidamente no estabelecimento de energia. Nos supermercados, ilhas com galões de água, pilhas, baterias e comidas enlatadas eram organizadas com fácil acesso para que ninguém esquecesse de nada.

Com tudo devidamente organizado, o sábado chegou, e felizmente Barry se revelou apenas como uma tempestade, causando mínimo impacto na região. Para quem viaja para vivenciar ‘a vida real’ em uma cidade, essa foi uma experiência enriquecedora. Para quem programou férias, o incidente significou cinco dias de alerta total e cancelamento de planos.

Fica a dica para quem vai programar férias para estados como Flórida, Louisiana e Texas (sendo que outros estados, mesmo no norte do país, podem ser atingidos). Nunca se sabe quando ‘um Barry’ vai aparecer na sua previsão do tempo.

*ana.hantt@gmail.com

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