Uma visita na ‘escola dos grandes’

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O fim do ano letivo letivo está chegando e algumas crianças se preparam para mudar de turma, turno de aula, ou até mesmo de escola. A transição da creche para a escola é uma das fases mais marcantes durante a infância, de acordo com a professora do pré da Escola Municipal de Educação Infantil Gente Miúda, Jussara Inês Herman Ferreira. Para ajudar nesse ciclo, ela levou os pequenos para conhecer uma sala de aula de escola.

Em uma tarde, enquanto os alunos estavam brincando Jussara percebeu que eles olhavam, pela cerca, a sala de aula da Escola Municipal de Ensino Fundamental José Duarte de Macedo, que fica ao lado da escolinha. Curiosos, comentavam entre si sobre o ‘colégio dos grandes’. Então a educadora decidiu os levar para visitar essa sala de aula. “Eles comentavam que tinha muitas classes na sala e que era maior que a deles. Foi quando pensei em matar essa curiosidade deles, até para conhecerem o formato de uma sala de aula, já que daqui alguns meses eles irão para a escola”, explica.

Quando chegou esse dia, a professora diz que os alunos estavam eufóricos e queriam conhecer tudo na escola. A turma do pré foi na sala do 1° ano, onde muitos desses alunos vão estudar no próximo ano. Uma turma se apresentou para a outra, os pequenos receberam explicações sobre o ambiente, foram na biblioteca e depois brincaram na praça da escola Macedo. “Quis conscientizar eles, pois aqui na escolinha passam o tempo todo com nós. Já na escola vão ser mais independentes e no recreio estarão sozinhos, por isso acho importante conhecer o espaço antes de mudar”, ressalta a professora.

Entre os alunos da Gente Miúda que fizeram a visita está Muriel Elias Schiebler, 6 anos, que relata que brincou com as pessoas da outra escola e conheceu a biblioteca. “A sala deles não tem gancho para colocar mochilas, porque elas ficam na cadeira de cada um. E acho que eles não levam roupas para a aula”, conta.


“É normal o aluno se sentir inseguro, ter vergonha, mas é importante ter diálogo, explicar que isso vai passar e que logo a criança vai fazer amigos na escola.” 

VIVIANE GRAZIELA DA FONSECA – Professora


 

O menino também acredita que vai ser legal começar usar caderno e aprender a escrever. “Acho que vou ter uma professora só, vai ser legal, mas vou sentir muita saudade dessa escolinha e dos meus colegas.” Empolgada Gabrieli Luiza dos Santos, 5 anos, diz que será diferente ir para a nova escola. Ela conta que quer muito aprender matemática. “Na escola tinha muitas mesas legais, mais pessoas e uma praça maior. Vai mudar, mas acho que vai ser bom.”

Por que esse momento é tão importante?

Conforme a professora da turma de 1º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental José Duarte de Macedo, Viviane Graziela da Fonseca – que está fazendo pós-graduação em Educação e Pesquisa e estuda sobre essa mudança para escrever o artigo de conclusão – é importante cuidar para que a ruptura seja menos brusca para as crianças. Por isso, abraçou essa ideia com carinho. “Temos uma turminha de pré aqui na Duarte também, já conversei com a professora deles para fazer esse momento de irem na nossa aula. Eles estão juntos, mas ainda a sala e o currículo são diferentes.”

Ela acredita que, com a obrigatoriedade de estar na escola com 4 anos, diminuiu a dificuldade de adaptação. “Agora o aluno já tem um histórico escolar, uma rotina. Porém ainda é diferente. Porque no ensino infantil se tem mais a presença da professora e mais momentos de recreação”, salienta. Essa troca de escola é necessária e muitas vezes esperada pelos pequenos. Então, Viviane conta que é normal sentir ansiedade. “Muitos alunos chegam com vontade de começar a usar o caderno, de ter os seus materiais, aprender as letras e números. Eu também percebo que ultimamente, as crianças chegam mais curiosas e interativas”, acrescenta.

Porém, em casos de insegurança, ela alerta os pais que é preciso estar atento ao filho, escutar ele e sempre mostrar confiança. Além disso, coloca que seria ideal ter mais comunicação entre a creche, família e escola que vai ser inserido. “É importante conhecer o novo ambiente antes, conversar com outros alunos e professores. É um momento novo tanto para a família, quanto para a criança.”

 

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