O baiano Vagner Braun de Azevedo, natural de Teixeira de Freitas, é um dos zagueiro anunciados pelo Esporte Clube Guarani. A viagem do atleta até a Capital Nacional do Chimarrão foi longa, afinal, Vagner percorreu 4.420 quilômetros.
Atualmente ele estava residindo em Manaus, no estado do Amazonas, com a namorada Karla. Eles estão juntos há quase três anos. Nesta semana ele recebeu a reportagem da Folha e compartilhou a trajetória no futebol. O atleta de um 1,90m conta que saiu de casa com 14 anos. “Participei de uma peneira perto da minha cidade, fiz três gols como zagueiro, gostaram de mim e me convidaram para participar de outra peneira, mas essa seria em São Paulo, em Mogi Mirim.”
O caçula da família não tinha o valor da passagem até São Paulo. Amigos, familiares e conhecidos ajudaram o adolescente que nem imaginava chegar onde chegou. “Juntei o valor da passagem do ônibus e fui da Bahia para São Paulo. Participei da peneira, tinha uns 50 moleques. Quatro passaram, um deles era eu”, lembra, com emoção.
Foi nesse instante que um filme passou na cabeça de Vagner. Até então, o garoto assistia jogos pela televisão e sonhava em ser jogador de futebol. “Mas sempre achei esse sonho algo muito distante. Você assiste na TV e nunca imagina chegar lá, mas quando você percebe que é só lutar, vê que pode se tornar real. É indescritível.”
Após atuar na base do Mogi Mirim – SP, em 2013, Vagner chegou no Palmeiras. “De repente você está jogando num clube grande que você só vê na televisão. Realmente o futebol é muito maluco”, comenta o zagueiro.
Foi na base do Palmeiras que Vagner atuou por muito tempo, teve grandes oportunidades e chegou a atuar com o Gabriel Jesus. Também pelo Porco, Vagner viajou para a Alemanha atuando pelo sub-19.
Entre idas e vindas, o zagueiro atuou em diversos clubes. Até chegar em Manuas, no Nacional, atuando pela primeira vez como profissional. Foi vice-campeão pelo clube no Campeonato Amazonense. E nesse momento, entra a Karla na história. Antes de chegar ao Guarani, em Venâncio Aires, Vagner aguardava a proposta da um clube em casa, no Amazonas.
Saudade de casa e foco nas metas
Oriundo de uma família muito simples, do interior da Bahia, a cidade de Vagner, Teixeira de Freitas, fica a doze horas da capital Salvador. O caçula de quatro filhos é o único que conseguiu ser jogador de futebol. Um dos irmãos até começou, mas não seguiu carreira. Um dos pontos mais difíceis destacados pelo atleta é a saudade de casa e da família.
“Quando você faz uma partida ruim sente falta da família para te abraçar, te apoiar. A mesma coisa é quando você faz uma boa partida, falta eles (família) do lado para te apoiar.” Mas, a facilidade da internet e do celular auxilia no momento do aperto.
O jovem zagueiro puxou o avô, afinal, o 1,90m de altura é fruto da genética. “Meu avô tinha 2,02 metros. Quando ele chegava lá em casa precisava se abaixar para passar na porta”, relembra. Com sonhos e metas, o atleta tem muitas expectativas no Rubro-Negro. “Quero, junto da equipe, colocar o Guarani de volta ao lugar que ele merece, a Série A do Gauchão.”
Quando Vagner assinou o pré-contrato com o Índio, ele conta que começou a pesquisar sobre a cidade. Descobriu o churrasco e o chimarrão. Curioso e com vontade de experimentar a bebida, a reportagem da Folha do Mate proporcionou a primeira experiência ao baiano. “É gostoso, mas é quente”, brinca o atleta.