Amparada por uma guarnição da Brigada Militar, uma jovem foi levada, ontem pela manhã, até a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), para denunciar o namorado. Solicitou as medidas protetivas da Lei Maria da Penha, o que já havia feito no ano passado, mas a pedido dele, naquela oportunidade, foi ao Fórum e a retirou.
Casos como este se repetem e na maioria das vezes, as mulheres voltam a ser agredidas física e verbalmente. Dados da Patrulha Maria da Penha da Brigada Militar mostram que cerca de 40% das mulheres que tomam esta atitude, voltam a ser agredidas pelos parceiros. Mas de acordo com a soldado Faller, estes dados já foram bem piores. “Mas parece que as mulheres estão mais conscientes agora”, referiu.
Esta vítima, que ontem voltou à DPPA, faz parte destas estatísticas. Ela declarou que no ano passado, quando solicitou as medidas protetivas, foi agredida e teve o corpo queimado com cigarro.
As marcas das queimaduras ainda estão no corpo da jovem que, com medo, prefere não se identificar. Nem mesmo dizer a idade. Ela recorda que naquela oportunidade, após conseguir fugir do namorado, foi na DPPA, fez um registro e pediu proteção, através da Lei Maria da Penha.
No dia seguinte, no entanto, o agressor foi até a casa da jovem e eles se reconciliaram. “Ele me pediu perdão, disse que nunca mais faria aquilo e pediu para eu ir até o Fórum retirar a queixa. E eu fui”, declarou.
NOVAS AGRESSÕES
Os dias passaram e a exemplo de outros casos que são de conhecimento das autoridades, o relacionamento voltou à velha rotina e a jovem, a ser agredida. Ontem pela manhã, na iminência de uma nova surra e ofensas, ela saiu correndo pela porta dos fundos da casa, pulou dois muros e seguiu correndo, em direção ao centro da cidade. A intenção era se refugiar na casa da mãe.
Ao ver que estava sendo perseguida, entrou na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Cruzeiro e pediu socorro ao vigia. Mesmo assim o agressor se aproximou, mas ao saber que a Brigada Militar já havia sido acionado, ele fugiu. Segundo apurado, o indivíduo é conhecido pelos brigadianos.
Outra vez, solicitou as medidas protetivas da Lei Maria da Penha e foi embora. Desta vez, decidida a por um fim no relacionamento.