O furto de crucifixos, letras e fotos de túmulos do principal cemitério de Passo do Sobrado, na ERS-405, deixou a comunidade revoltada, nesta semana. Na quarta-feira, 5, a Associação Comunitária Nossa Senhora do Rosário, que administra o local, registrou Boletim de Ocorrência informando que em torno de 300 sepulturas foram danificadas e tiveram os objetos furtados. O número corresponde a 60% dos cerca de 500 túmulos do local.
“Infelizmente, o vandalismo chegou a Passo do Sobrado. Isso nunca tinha acontecido aqui. É muito triste e revoltante”, lamenta o presidente da Assessoria Comunitária Nossa Senhora do Rosário, Elto Dettenborn. “Esse é o cemitério que atende toda a cidade, e a comunidade zela muito por ele”, observa.

Segundo o comissário da Delegacia Civil de Passo do Sobrado, José Carlos Leão, além do registro feito pela associação, em nome de todas as vítimas, algumas famílias também procuraram a polícia. No entanto, não há estimativa dos danos financeiros. “Pela nossa avaliação, foram mais de 200 quilos de metais, bronze e prata roubados. Mas, para as famílias, o maior dano é o afetivo”, comenta.
Uma dos aspectos que mais indigna a população é o fato de as fotografias das pessoas sepultadas no local terem sido levadas junto às molduras arrancadas dos túmulos. “Sobraram poucas. Não entendo porque levaram até as fotos junto”, enfatiza Dettenborn.
Morador de Vale Vede, Nestor Scherer foi uma das pessoas que foi até o cemitério, nesta quinta-feira, 6, para conferir se os túmulos da família tinham sido danificados. “No túmulo da mãe não aconteceu nada, mas os de tias e primos meus tiveram objetos furtados”, conta. “Tem túmulos que não dá mais para identificar mais de quem são, pois foram roubadas todas as letras. Em outros, sobraram só uma ou duas. Olhando, já não se consegue mais saber de quem são”, destaca.

MEDIDAS
De acordo com o presidente da Associação Comunitária Nossa Senhora do Rosário, a esperança é de que a polícia encontre pistas e consiga resgatar o material. “Se existe furto é porque tem alguém comprando. É preciso parar a receptação”, considera Dettenborn.
Ele lembra que não há cobrança de mensalidade no cemitério e ocorrem obras pontuais, como a realizada próximo ao Dia de Finados, no ano passado, a partir de doações das famílias que têm sepulturas no local. “Cada pessoa doou R$ 10 e com os R$ 5 mil arrecadados conseguimos fazer a limpeza, pintura e estacionamento em frente ao local. Nunca foi preciso um zelador ou segurança, mas agora vamos ter que ver os planos para garantir a segurança”, afirma.

DENÚNCIAS
Quem tiver informações sobre as peças furtadas do cemitério pode realizar uma denúncia anônima para a Brigada Militar, pelos telefones 190 e 99859-0346.
Colaboração: Cláudio Froemming e Eduarda Wenzel