Semana após semana, o arroio Castelhano vem sendo destaque em reportagens e colunas da Folha do Mate. O principal manancial de Venâncio Aires, responsável pelo abastecimento de praticamente toda a população, vem sofrendo. E tem pressa.
Se não bastasse a estiagem, a várzea do arroio virou um verdadeiro cemitério de árvores. Um problema que vem sendo destacado pelo jornal há pelo menos cinco meses e que demanda soluções rápidas. Mais do que isso, medidas efetivamente técnicas e não paliativas.
Para agravar a situação, nesta semana, muitos moradores se queixaram da coloração amarelada da água que está saindo das torneiras. O motivo, segundo a Corsan, é a proliferação de algas, que surgiram justamente em virtude de todo esse cenário caótico e preocupante. Além da seca, o manancial está tomado de galhos, areia e lixo. A reportagem da Folha do Mate esteve no local e pode garantir: é assustador.
Diante dessa situação, a ordem é colocar ações em prática. Por isso, cada um tem um papel importante nesse processo: a Prefeitura, a Corsan, os agricultores e a comunidade em geral. Nesta semana, o poder público municipal confirmou que contratou uma draga para efetuar a limpeza. O valor que será investido para dragagem é R$ 25 mil. A máquina deve chegar na próxima semana e dar continuidade ao trabalho que vem sendo feito pela equipe da Prefeitura nesses últimos dias.
Da mesma forma, em virtude da mudança na cor da água, constatada pela própria comunidade, a Corsan alterou o tratamento e inseriu o chamado carvão ativado. Com isso, a estatal garante que o problema será solucionado e que a população pode ficar tranquila em relação ao consumo. Por outro lado, os moradores precisam ter um consumo de água mais consciente. “Está tendo um consumo muito alto”, disse o gerente da unidade local, nesta semana.
A conscientização em relação ao consumo envolve desde os arrozeiros que puxam água do arroio para suas atividades na lavoura até o consumidor final e que, em muitos casos, utiliza a água para lavar calçadas e regar gramados em um período de estiagem.
O Castelhano deve ser prioridade da gestão pública. É verdade que o desassoreamento do arroio Castelhano deve ocorrer de forma periódica, mas o cuidado com o arroio demanda também uma melhor gestão dos nossos resíduos. Mais do que isso, um planejamento de longo prazo, sem depender de uma Administração. Não podemos apenas torcer e contar com a chuva. É a natureza que dá a ordem e ela está nos dando o recado.