“Bota camisinha. Bota, meu amor. Que hoje tá chovendo. Não vai fazer calor”. A marchinha de Carnaval de João Roberto Kelly/Leleco e divulgada por Chacrinha é recordada e tem como mote, desde sua criação, em 1988, o alerta em relação ao HIV/Aids. Depois de três décadas, a recomendação é a mesma: “Bota camisinha”.
A Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Centro de Atendimento a Doenças Infecciosas (Cadi), vai distribuir no Carnaval de Venâncio Aires 40 mil preservativos, nos QGs, nos bailes e nos desfiles de rua. Nos bailes do interior, as equipes de som vão distribuir nos eventos. Os representantes dos QGs devem retirar os preservativos hoje à tarde, no Cadi.
Segundo a coordenadora do Cadi, Solange Sehn, é neste período do Carnaval que as ações de orientação e de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) são reforçadas. Falar sobre HIV/Aids, sífilis e hepatite, além de outras DSTs, é uma constante no setor que é a referência na realização de testes rápidos, consultas e acompanhamento dos pacientes com doenças infecciosas.
Durante o ano são realizadas palestras em escolas e empresas. São distribuídos preservativos masculinos e femininos e as pessoas são orientadas na busca pela prevenção. Solange destaca que o Cadi está engajado no projeto ’90-90-90′, do Governo Federal. A meta é ter, até no fim deste ano, 90% das pessoas testadas, 90% de todas as pessoas com infecção pelo HIV diagnosticadas recebendo terapia antirretroviral ininterruptamente e 90% das pessoas recebendo terapia antirretroviral terão supressão viral.
PREVENÇÃO
O uso de preservativo ainda é a melhor forma de prevenção, conforme a coordenadora do Cadi. Solange ressalta que, em Venâncio Aires, no ano de 2019, foram confirmados 39 casos de HIV. Somente neste um mês e meio de 2020 já são quatro casos confirmados, uma média de quase três confirmações por mês de HIV no município. No total, conforme dados do Cadi, são 465 identificados com HIV e 332 pessoas que se utilizam de medicação. O Rio Grande do Sul tem um dos maiores índices de pessoas infectadas pelo HIV no país. A taxa de detecção de Aids no estado é de 27,2 pessoas para cada 100 mil habitantes, enquanto que a nacional é de 17,8 infectados.
TESTE RÁPIDO
- Para detectar os vírus HIV, sífilis ou hepatite, o teste rápido é a forma que o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza em todos as unidades básicas de Venâncio Aires, além do Cadi.
- Gratuito, o exame permite que em 15 minutos o paciente faça o teste de HIV, conheça o resultado e receba o serviço de aconselhamento necessário. O teste é realizado a partir da coleta de uma gota de sangue retirada da ponta do dedo. Por mês, são realizados 500 testes rápidos nas unidades de saúde.
- “A pessoa chega nas unidades e solicita que gostaria de fazer o teste rápido. A enfermeira é quem faz o teste. A pessoa sai com o diagnóstico e com as orientações necessárias a partir dos resultados seja de HIV, sífilis ou de hepatite, doenças que integram o kit de testes rápidos do SUS”, explica Solange.