Vivemos mais um Carnaval, a festa popular brasileira mais difundida no planeta. E Venâncio não é diferente, tem escolas de samba e vai ter desfiles de rua neste sábado e na segunda-feira, na Osvaldo Aranha. São apresentações culturais que levam milhares de pessoas, famílias inteiras, com suas cadeiras, ao centro a cada noite. Nos salões, da cidade e do interior, a festa rola todas as noites. O Leituras, que tenta se reerguer sob a presidência de um carnavalesco antigo, Telmo Kist, vai promover o baile Azul e Branco neste domingo a noite, com bandinha, marchinhas, confetes e serpentinas, como era antigamente.
Que a festa seja divertida em todos os salões e ruas, mas que o juízo e o respeito ao próximo impere. O meu direito termina onde começa o direito do outro.
Polêmica
O Carnaval também gera polêmicas políticas. Tem gente que não gosta de Carnaval e invade redes sociais cobrando que o dinheiro das Prefeituras seja investido em saúde e não na festa popular. Se eu não gosto de Carnaval, os outros não precisam ter Carnaval, é o pensamento. O prefeito de Taquari, Emanuel Hassen de Jesus, o Maneco (PT), atendeu o ‘clamor’ e disse que os R$ 200 mil que investiria no Carnaval, vai investir em saúde e ‘mata’ o Carnaval de Taquari, um dos mais tradicionais na região dos Vales.
A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgou ontem que 43% dos municípios brasileiros não vão investir no Carnaval. Os que vão investir em Carnaval somam uma média de R$ 179 mil.
Criatividade
Aqui o o prefeito Giovane Wickert (PSB) também é cobrado para usar dinheiro da Prefeitura em saúde, educação, segurança, e não no Carnaval, como em todos os lugares. Mas ele fez de forma diferente, inteligente; não usa recursos da Prefeitura para o Carnaval no seu governo, mas tem Carnaval. Giovane foi buscar, com a equipe que organiza o Carnaval, recursos de leis de incentivo cultural que existem para esta finalidade e emendas para cultura. Recebeu emenda de R$ 100 mil da deputada Maria do Rosário (PT) e mais R$ 154 mil de lei de incentivo à cultura pela Souza Cruz. O Carnaval tem custo de R$ 250 mil. Os recursos recebidos somam R$ 254 mil. Está pago, sem usar dinheiro do caixa da Prefeitura.
Esse dinheiro que a Prefeitura não precisa tirar do caixa para o Carnaval, vai ser usado como contrapartida em emendas parlamentares que totalizam R$ 3,7 milhões para compra de máquinas, para pavimentação de ruas e outras obras para a comunidade, me explicou o prefeito ontem.
Sobre os assessores
O assunto assessores parlamentares na Câmara de Vereadores continua dando o que falar. A presidente Helena da Rosa (MDB) voltou a criticar a iniciativa. Disse que Sandra Wagner (PSB) e Eduardo Kappel (PL) foram presidentes do Legislativo em 2018 e 2019 e não tomaram providências que agora querem cobrar da nova Mesa Diretora. Helena chama os dois de oportunistas.
Sobre o desencontro de informações, de que se demitir um assessor de 20h automaticamente o outro terá 40h e salário dobrado, contatei o presidente do Instituto Gama de Assessoria, que presta serviços para Prefeituras e Câmaras de Vereadores. André Barbi, que escreve na Folha artigos semanais sobre o direito político, área onde é professor, com base no Regimento Interno me estratificou isso: “Pela Lei nº 5625/2014, que está no site da Câmara, o cargo de assessor parlamentar não tem carga horária definida (nem de 20h, nem de 40h semanais). O que consta é a disponibilidade do titular do cargo em tempo integral. Por esta lei é possível reduzir para um assessor e limitar a carga horária a 20h/semanais com salário previsto para isso.”
Tai. É resolver, cortar um ou não cortar. Esse tem que ser o debate no Legislativo.
PSDB quer candidato a prefeito
O presidente do PSDB em Venâncio, Vinícius Medeiros, relatou nesta semana conversa que teve com o presidente estadual do partido, deputado estadual Mateus Wesp. Na conversa Wesp disse ter discutido com o governador Eduardo Leite ações do partido para a eleição municipal com atenção especial para um grupo de cidades, entre as quais está Venâncio Aires. O partido deve fazer trabalhos de pesquisa e usar outras ferramentas de avaliação para uma leitura do quadro e tomar definições.
Vinícius foi candidato a prefeito em 2016 e candidato a deputado estadual em 2018 e recebeu como reconhecimento a informação do PSDB estadual. Disse já ter conversado com dirigentes do partido aqui sobre isso. “Através de pesquisas de avaliação e monitoramento, vamos avaliar o potencial dos nomes de pré-candidatos a majoritária e, eventuais composições. A decisão final será tomada a partir deste diagnóstico e resultado”, resumiu Vinícius.
Os Elígio’s
Na semana que passou citei na coluna que o concurso público da Prefeitura de Santa Cruz registrou 25 mil inscritos e que isso é fruto de uma geração ‘concurseira’ que quer emprego público. Um direito. Elígio Weschenfelder, conhecido como Mochila, vice-presidente do Sindicato dos Servidores Públicos em Venâncio, usou a citação e ‘espalhou’ entre os servidores públicos que eu era contra eles, que estava desvalorizando a categoria, etc, etc, gerando um ‘linchamento’ virtual com a sua publicação. Bem coisa de sua formação política.
Um servidor, o Adão, que trabalha como pintor na Prefeitura, veio até a Folha para cobrar pessoalmente. Disse a ele que prefiro assim, de forma direta e honesta. Perguntou porque eu era contra o servidor público. Expliquei a ele o que escrevi, que não sou, e nunca fui, contra o servidor público. Ele entendeu e me disse que ‘passaram’ coisa bem diferente para ele e demais servidores.
Não me enganei com o Mochila. Aliás, ele é concursado como motorista e recebeu uma FG (50% a mais no salário) para cuidar do Parque do Chimarrão. Mas desde que se elegeu vice-presidente do Sindicato, deixou o serviço e o cargo no Parque, para atuar só no Sindicato, presidido pelo professor João Batista Gomes da Silva, antigo colega aqui da Folha. A FG de Mochila era para trabalhar no Parque. Pode ir junto para o Sindicato? Ele deixou o Parque em dezembro, mas agora em janeiro ainda recebeu a FG.
A grande maioria dos servidores públicos são Adão’s, gente bem intencionada, que veste a camisa do serviço público para bem atender a população. Mas tem os Elígio’s, que se acham malandros, espertos
Notinhas
* Marfrig realizou leilão administrativo da planta frigorífica de Mato Leitão, que era o Frigorífico Reiter, antes de ser vendido ao grupo Marfrig. O leitão virtual foi feito pela empresa foi dia 12 e não teve nenhuma proposta. A planta industrial, com capacidade para abate diário de até 300 cabeças de boi, está situada numa área de 9ha no centro de Mato Leitão.
* Na entrevista que concedeu à Folha para explicar a soltura de um preso acusado de agredir a ex-esposa com facão e incendiar a casa dela, em Mato Leitão, na noite de Natal, o Desembargador de Justiça do RS, Rinez da Trindade, que é venâncio-airense, fez referência a Penitenciária Estadual de Venâncio. Rinez disse que as facções dominam a penitenciária e dividiram o controle de venda de bebidas e cigarros na região.
* Deputados gaúchos, de vários partidos, retomam o debate sobre os recursos da Lei Kandir, que exonerou exportações a partir de 1996, quando a União assumiu o compromisso de compensar os Estados pelas perdas. O RS tem R$ 54 bilhões em créditos a receber e uma divida com a União de R$ 63 bilhões. Encontro de contas é o caminho. E só vai acontecer na pressão política.
* A CPMI das Fake News no Congresso continua dando o que falar. O deputado Rui Falcão (PT-SP), ao inquirir Hans River, ex-funcionário de uma empresa que envia mensagens pelo whats, para saber se tinham feito disparos em massa para Bolsonaro na campanha de 2018, teve uma surpresa; Hans disse que foram disparadas mensagens para vários políticos incluindo Bolsonaro, Haddad, Meireles e o próprio Rui Falcão.
* Agora o sócio da empresa Yacows, Lindolfo Alves, foi inquirido, e no seu depoimento confirmou que a empresa fez disparos de whats em massa para as campanhas de Bolsonaro, Haddad e Meirelles. Caiu mais um discurso vitimista do PT.
* Nesta semana o General Heleno, Ministro do Governo, disse que o Congresso está ‘chantageando’ o governo para colocar a mão em mais dinheiro, como decidir sobre as famosas emendas parlamentares etc. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, com apoio da grande imprensa, caíram de pau, classificando a manifestação de Heleno como autoritarismo e uma ameça à democracia, etc, etc. Parece cada vez mais que neste país quem for honesto e sincero vai ser massacrado por quem é desonesto e mentiroso, mas que se apresenta como politicamente correto.
Do Twitter
* Exame: Brasil vai “decolar” enquanto o mundo está enfraquecendo, diz Guedes.
* Veja: Flávio Dino (PCdoB), a nova aposta da esquerda para a corrida presidencial.
* IstoÉ: Bolsonaro falou que o seu governo tem restabelecido a confiança dos brasileiros na política. E voltou a criticar a imprensa.
* UOL: Empresa engarrafa umidade do ar da Amazônia e vende por R$ 323.
* Alexandre Garcia: “Tem lá uns 400, 300 deputados que querem que o governo esteja frágil, porque é a forma deles achacarem mais, tirarem mais dele e aprovarem suas emendas impositivas”. Quem disse isso? Um general ministro de Bolsonaro? Não. Um ministro de Dilma, Cid Gomes (Educação), em Belém, em 27.2.2015.
* Cristian Deves: Alguém acha que o General Heleno falou besteira sobre o Congresso? Sobre as chantagens sobre o Executivo? O conhecido toma la da cá?
* Tiago Simon: Precisamos pressionar o Congresso Nacional para colocar em votação o projeto de lei complementar que prevê que a União repasse para os Estados R$ 39 bi/ano como compensação pelas perdas da lei Kandir.