Escondido por trás de uma fachada antiga, numa das charmosas ruelas do centro antigo de Vilnius, encontra-se um pequeno tesouro, uma galeria-museu recheada de história e peças de âmbar. Neste museu minúsculo viajamos no tempo. Viajamos milhões de anos para conhecer a origem desta gema preciosa. O âmbar faz parte da cultura lituana e ao passear pelo emaranhado de ruazinhas sinuosas da capital percebe-se logo sua importância. Uma grande quantidade de lojinhas e joalherias com as vitrines fartas de objetos e joias de âmbar preenchem cada canto da cidade.
Há tempo que queria conhecer um pouco mais sobre a história desta gema cor de mel. E assim, na tarde do último domingo resolvemos fazer um tour pelo pequeno museu e centro artístico de âmbar báltico no centro histórico de Vilnius. E que tarde maravilhosa! Chegamos ao local sem grandes pretensões ou expectativas; e sem saber quase nada sobre o âmbar. No entanto, depois de 45 minutos com nossa guia Greta Bacuelyte, escutando sobre a origem e características do âmbar enquanto observávamos objetos preciosos, nossa bagagem cultural extrapolou! Fomos regados com uma verdadeira lição de história.
O âmbar é considerado o ouro do mar, um dos tesouros mais antigos do mundo. Este talismã de beleza inspirou filósofos e cientistas durante muitos séculos pois foi criado pela luz e pelo princípio rudimentar da vida e preservado pelo tempo. Greta nos contou que o âmbar pertence a um pequeno grupo de gemas orgânicas. Não chega a ser um cristal tampouco um mineral. É, na verdade, um produto orgânico – um fruto da natureza. Há milhões de anos a região norte da Europa, onde hoje existe o mar Báltico, era coberta por florestas tropicais pré-históricas. Uma resina protetora que escorria das árvores nas densas matas foi fossilizada ao longo de 50 milhões de anos, e depositada no fundo do mar que vemos hoje em dia. E assim surgiu o âmbar! Muitas vezes chamado de pedra mas trata-se na verdade de uma resina.
Esta gema orgânica aguçou a curiosidade de muitos cientistas. Hipócrates, conhecido como pai da medicina, descreveu em muitas de suas obras as propriedades medicinais e métodos de aplicação do âmbar, que foram posteriormente utilizados pelos cientistas até a idade média. Na Roma Antiga, o âmbar era utilizado na prevenção de doenças. Camponesas tinham medalhões da resina no peito para ajudar na cura de problemas da garganta. De acordo com nossa guia, até hoje as lituanas acreditam no poder de cura do âmbar, usando colares da resina para problemas da tireoide. Antigamente muitos chupavam a resina como uma bala. As propriedades medicinais do âmbar ultrapassam os problemas físicos e tanto adultos quanto crianças, inclusive bebês, usam a resina como coadjuvante no tratamento de doenças e problemas emocionais. Nas famílias lituanas é comum até hoje o uso de colares em bebês e crianças pequenas durante a dentição. Muitos bebezinhos têm inclusive uma chupeta de âmbar.
No subsolo do pequeno museu caminhamos pela “rua do âmbar”, emoldurada por pepitas de âmbar, algumas em sua forma natural e tantas outras devidamente polidas e transformadas em objetos preciosos. Além de museu o local serve também como oficina artística para produzir peças de âmbar. A variedade de cores desta gema orgânica é destacada na exposição – desde a verde, rara e muito preciosa, branca, também singular, até os tons avermelhados e amarelo, cor mais comum de âmbar e uma das mais usadas na antiguidade durante rituais de veneração ao Deus do Sol. Em outra pequena exposição encontramos exemplares de âmbar com insetos preservados dentro da resina, inclusive lagartixa. Em outro recinto, reconstruído como um templo pagão, conhecemos um pouco da história das minas de âmbar na costa báltica e no Kaliningrado, a única ainda em funcionamento na região.
Atualmente a região banhada pelo Mar Báltico é a principal fonte de âmbar. Cerca de 90% da resina encontrada hoje em todo o mundo, provém do norte europeu. Dessa forma o âmbar báltico é reconhecido por sua preciosidade. De acordo com nossa guia, um dos problemas hoje em dia para os artesãos e galerias de âmbar é a autenticidade do produto. Com os avanços tecnológicos a resina pode ser facilmente falsificada usando plástico ou produto sintético. Greta nos ensinou um teste bem interessante para comprovar a veracidade do âmbar: coloque a peça num recipiente com água salgada (10%), se o objeto flutuar contém âmbar original, caso afundar é resina sintética, sem qualquer propriedade de cura.
Para terminar o tour degustamos uma bebida típica dos lituanos, uma espécie de licor de âmbar com teor alcoólico beirando os 50% e muito apreciada pelo povo local. E assim, nossa visita foi fechada com chave de ouro, ou melhor, de âmbar!
Benefícios do âmbar báltico
• Anti-inflamatório e analgésico natural, estimula a cura natural, fortalecendo o sistema imunológico, sendo utilizado há seculos na Europa
• Devido à presença de ácido succínio no âmbar báltico este pode ser usado como relaxante neuromuscular no tratamento de insônia
• Alivia estresse e ansiedade
• Auxilia no tratamento de problemas da tireoide e aparelho digestivo
• Reduz inflamação, principalmente nas gengivas
• Auxilia no tratamento de resfriados
• Ajuda a neutralizar as energias negativas, permitindo a cura do corpo
Como posso medir 10% de sal na água? Desculpa a ignorância, mas gostaria de entender melhor para fazer o teste com minha peça.