Da noite para o dia, a rotina de Luana dos Santos Krambech mudou. Todos os dias, às 6h, junto com outras colegas, ela pegava o ônibus em Venâncio Aires com destino ao município de Mato Leitão onde, há um ano e meio, atuava no setor de Montagem 5. Nesta semana, em função de um incêndio que atingiu a empresa de calçados, a jovem de 19 anos ficou desempregada, junto com mais 700 trabalhadores da filial 6. “Infelizmente, ninguém esperava por isso”, lamenta.
Luana conta que o sentimento ao ir até a empresa depois do ocorrido foi desolador. “Foi uma sensação horrível, não conseguia e ainda não consigo me conformar que essa tragédia aconteceu. Quando foi repassado aos funcionários que não precisavam comparecer na empresa, porque tinha pego fogo, foi um susto enorme. Fui até o local pra ver que aquilo que estava acontecendo era realidade.”
“Como chorei. Foi horrível ver o pessoal chorando e se despedindo. Eu sempre fiz amizades com todos e tinha, bem dizer, uma família lá dentro. Lá era minha segunda casa e dói muito em saber que tudo acabou desse jeito”
LUANA DOS SANTOS KRAMBECH – Ex-funcionária da Beira Rio
Luana é uma das funcionárias que ficou desempregada. “É uma situação bem complicada pra todos nós”, diz. Segundo informações que a empresa repassou aos ex-funcionários, eles vão receber todos os direitos legais, sem prejuízo. Os demitidos também receberam um documento em que a empresa garante que vai recontratá-los, assim que a fábrica for reconstruída.
A partir de agora, Luana vai aguardar pelo encaminhamento da documentação do seguro desemprego. “Ainda pretendo voltar para a empresa, porque tenho certeza que não fiz apenas amigos de serviço e sim construímos uma família ali dentro”, compartilha. Por outro lado, Luana diz que pretende seguir adiante e buscar uma nova colocação no mercado de trabalho até ter a certeza de poder retornar para a Beira Rio.
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