Presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) desde 2007, Benício Werner entrou na diretoria da entidade em 1983, como tesoureiro. A ligação com a instituição, no entanto, é muito anterior, já que ele é filho de Harry Werner, um dos fundadores da associação e primeiro presidente da entidade.
Durante a trajetória, acompanhou as conquistas da Afubra, com expansão do número de associados e incentivo à diversificação de culturas. “O sentimento é de alegria e gratidão aos que se dedicaram deixando este legado aos associados.”
Folha do Mate: Você está presente em mais da metade do tempo de existência da Afubra. Qual é o sentimento de ver a evolução da associação e fazer parte deste processo? A associação está cumprindo o papel proposto na sua fundação?
Benício Werner: Iniciei na Afubra em novembro de 1975. Como meu pai foi um dos líderes do movimento para a fundação da Afubra, a convivência se torna ainda mais longa e familiar. Vi a evolução dessa instituição que começou sem nenhum patrimônio material, mas já tinha o patrimônio muito maior, que é o humano. Quadro social, conselheiros, diretoria e funcionários trabalhando para cumprir sua missão, que é atender os objetivos sociais. O sentimento é de alegria e gratidão aos que se dedicaram deixando este legado aos associados.
Quais os principais desafios e as mudanças nesses 65 anos?
O crescimento da produção de tabaco no Brasil, de menos de 20 mil toneladas chegando a cerca de 900 mil toneladas e, hoje, estabilizado em torno de 620 mil toneladas, foi um desafio forte para a Afubra, para acompanhar este crescimento em todos os seus departamentos. Mudança também do papel e algumas máquinas de escrever para a era digital com o desenvolvimento dos seus sistemas próprios. Nesta era digital, praticamente não utilizando mais nada do que se usava. É a evolução tecnológica.
Quais as perspectivas de atuação da Afubra nos próximos anos?
As perspectivas são tranquilas, embora tenhamos que adequar a produção de tabaco à oferta e demanda. Para ter a sustentabilidade das propriedades, precisamos diversificar. A Afubra sempre vai estar atenta às tendências do mercado de tabaco para poder dar orientações mais precisas aos associados e dedicar-se à defesa da classe e da cadeia produtiva.
A Expoagro ajudou a consolidar a diversificação e o nome da Afubra?
Sim, com certeza. A diversificação das culturas está nos estatutos da fundação da Afubra e vem se trabalhando esse tema com os agricultores há muitos anos. A Expoagro começou com os dias de campo e se tornou o maior evento de agricultura familiar do Brasil. Nos 20 anos de história da feira, tivemos muitas conquistas e, entre elas, o aumento da diversificação nas propriedades, tema que enfatizamos desde as primeiras edições. O perfil do fumicultor tem mudado, é muito difícil, hoje, o produtor ter uma só cultura na propriedade. Uma propriedade sustentável precisa estar diversificada.
“A instituição começou sem nenhum patrimônio material, mas já tinha o patrimônio maior, que é o humano.”
BENÍCIO WERNER
Presidente da Afubra