“A investigação não termina. Tudo isso não pode ficar impune”, afirma delegado sobre menino Kelvin

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Exatos oito dias depois de sumir misteriosamente, o menino Kelvin Johnson Camargo, de 12 anos, foi encontrado com vida e em bom estado de saúde. Ele estava na casa de uma tia, no bairro Carneiros, em Lajeado, e foi localizado por agentes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), depois que a Polícia Civil de Venâncio Aires recebeu uma informação anônima. À reportagem da Folha do Mate e Terra FM, que foi a Lajeado, o menino disse que fugiu porque não queria retornar à Casa de Acolhimento, onde estava havia cerca de duas semanas, apesar de mencionar que sempre foi bem tratado.

Ainda tentando entender o que estava acontecendo, o estudante do 6º ano do turno da tarde da Escola Odila Rosa Scherer disse que estava bem e que tinha almoçado, antes de ser deixado na casa da tia (ela é casada com um irmão da avó materna de Kelvin, Neusa Solange Camargo, que o cuida desde que nasceu). Segundo apurado pelos agentes do Setor de Investigações, um tio do menino o deixou no local às 14h20min desta sexta-feira, 12.

Conforme a Polícia, o menino Kelvin estava na companhia do tio, que na quinta-feira, 11, completou 21 anos de idade. A reportagem apurou que se trata de David Camargo dos Santos, que recentemente estava morando com a mãe, Neusa, antes de ela ser hospitalizada. “Queremos encontrar ele para tomar o seu depoimento e entender o que realmente aconteceu. Como o menino foi levado até a casa da tia, por quem e por que são perguntas que ele terá que responder”, citou o delegado Vinícius Lourenço de Assunção. Mas, segundo o delegado, ele está desaparecido há dias, apesar de saber que a Polícia Civil está à sua procura.

“O ponto mais crítico era a localização do menino com saúde, e isso foi feito. Agora, o trabalho pende para outro lado, que é a responsabilização criminal. Isso tudo não pode ficar impune, pois estamos diante de um crime grave, de cárcere privado.”

VINÍCIUS LOURENÇO DE ASSUNÇÃO
Titular da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA)

Responsabilização

Os agentes do Setor de Investigação (SI) sabem que Kelvin estava acompanhado de uma mulher e outra pessoa do sexo masculino, quando foi deixado próximo à casa da tia. Para o delegado, com a localização do menino, o próximo passo é a responsabilização criminal dos envolvidos direta e indiretamente.

“A investigação não termina. Agora, é questão da responsabilização criminal. Tudo isso não pode ficar impune, pois esse menino foi submetido a um cárcere privado por oito dias, ficou incomunicável, longe da família, depois de ser levado à Casa de Acolhimento, que era a guardiã dele. Vamos ter uma responsabilização criminosa exemplar”, antecipou.

Sobre a investigação, iniciada assim que o caso foi registrado na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), na manhã do dia 5 de abril, o delegado Vinícius revelou que só nesta sexta-feira, 12, se teve certeza de que Kelvin estava vivo. O policial citou as diversas linhas de investigação para poder descartar todas as hipóteses e elogiou o trabalho dos agentes, que não descansaram até chegar ao resultado esperado.

“Não ter certeza de que ele estava vivo nos causava extrema angústia, mas o desfecho foi o melhor possível”, afirmou. A certeza de que o adolescente estava vivo veio depois que David fez uma vídeo- -chamada para um familiar, onde mostrava o menino comendo um pedaço de pão.

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Alvaro Pegoraro

Alvaro Pegoraro

Atua na redação do jornal Folha do Mate desde 1990, sendo responsável pela editoria de polícia. Participa diariamente no programa Chimarrão com Notícias, com intervenções na área da segurança pública e trânsito.

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