Agito em Linha Andréas é com Os Malandrinhos

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Com longa história no Carnaval Infantil do Interior de Venâncio Aires, o bloco Os Malandrinhos, de Linha Andréas, envolve crianças, jovens e adultos no roteiro de bailinhos, promovendo um ambiente leve, de alegria e descontração. Neste domingo, 2, o bloco organiza o seu bailinho, na Associação de Leitura e Canto Jovialidade de Linha Andréas.

Foi a partir do ano de 2013 que o bloco passou a integrar a Associação Carnavalesca do Interior de Venâncio Aires (Aciva). Foi coordenado inicialmente por Eara Henckes, 51 anos. Mais tarde, em 2018, se juntaram à coordenação Mariléia Eichler, 44 anos, Nára Specht, 40 anos, e Rosani Bienert, 43 anos. Atualmente com 22 integrantes de 1 a 13 anos, a única regra para fazer parte é ter interesse e vontade de brincar no Carnaval Infantil.

Eara, que atua como professora, destaca que o incentivo e motivação dos pais e mães é de fundamental importância para a participação das crianças no Carnaval Infantil. “As festas são organizadas para que as famílias tenham oportunidade de curtir o Carnaval com seus filhos”, diz. Ela menciona que, durante as festividades carnavalescas, um grupo de mães estreitou laços de amizade e, com a intenção de realizar mais encontros durante o ano, surgiu o grupo As Malandretes. Com encontros periódicos, elas celebram a alegria de viver e fortalecem a amizade e a continuidade das festividades carnavalescas.

Também coordenadora, Rosani ressalta a superação e esforço das candidatas em cada ano para representar o bloco no concurso que escolhe a corte infantil do Carnaval. O bloco conquistou o título de primeira princesa em 2015. Nos últimos anos, as fantasias, segundo a agricultora, são escolhidas pelas candidatas, que também optam pelo tema e pela cor.
“É difícil conseguir candidatas, pois temos poucas crianças que se encaixam na idade e que aceitam o desafio de representar o bloco e concorrer à corte. Uma triste realidade do interior, já que tantas escolas fecharam suas portas devido à falta de crianças”, observa. A partir da escolha da candidata para tema da fantasia, os modelos de camisetas e regatas do bloco são criados pelas coordenadoras. “É sempre bem acirrada a disputa pela corte, com um show de coreografias e belíssimas fantasias”, completa a coordenadora.

Comunidade

A coordenadora Mariléia destaca o envolvimento e a movimentação que o bloco provoca na comunidade de Linha Andréas. Durante o ano, é feita uma galinhada em benefício do bloquinho e ações entre amigos para arrecadação de valores para despesas com ônibus e fantasias. Ela menciona a colaboração da comunidade com a doação de prêmios e a ajuda na venda das cartelas. “No bloquinho também temos crianças das comunidades vizinhas de Vila Teresinha, Linha Duvidosa, Picada Tatu e Linha Santana, então elas também nos ajudam”, explica a agricultora.

O Carnaval tem grande influência na localidade, já que é comemorado há muitos anos. Nára evidencia o significado do evento para a comunidade de Linha Andréas. “São muitas memórias e momentos. Podemos dizer que a diversão e a alegria são nosso carro-chefe. Já começava no deslocamento até os bailinhos, quando todos iam de ônibus, aliás, em dois ônibus com roteiros diferentes”, ressalta a servente de escola. Nos últimos anos, o deslocamento foi garantido através de uma empresa contratada pelo bloquinho junto com Os Fofinhos, de Vila Deodoro – bloco vizinho. “É sempre muito divertido, com músicas, conversas e até cantoria”, completa.

Atuais coordenadoras: Rosani, Mariléia, Eara e Nára. (Foto: Divulgação)

“É gratificante ver a alegria e a folia das crianças nos bailinhos. Estamos sempre na luta para não deixar morrer essa tradição em nossa comunidade, vencendo desafios e buscando novas alternativas. Somos orgulhosas em fazer parte.”
MARILÉIA EICHLER
Coordenadora do bloco Os Malandrinhos

Ensaio de coreografias marca o início do Os Malandrinhos

Sem registros oficiais de fundadores e data exata de fundação, a lembrança do início do bloco Os Malandrinhos remonta aos ensaios de coreografias liderados por Ivo Waslawosky (já falecido), Araci Richter e Iolandi Flávia Schmidt. Músicas alegres e empolgantes eram ensaiadas pelas crianças e apresentadas ao público na tarde da terça-feira de Carnaval, em uma festa organizada pela Associação de Leitura e Canto Jovialidade de Linha Andréas.
Além disso, festas de comunidades vizinhas eram visitadas, levando as crianças com caminhão do transporte Richter. “Mesmo debaixo de chuva, com lonas sobre nossas cabeças, quando, às vezes, a água passava nos buracos e nos molhava, mas tudo era festa”, comenta uma das lideranças no início do bloco e também uma das primeiras coordenadoras, Iolandi, 72 anos.

Ela conta que devido ao amor pelo Carnaval Infantil e na época por ser estudante do Magistério, se dedicou aos ensaios na comunidade. “Foi uma época difícil, sem celular ou qualquer comunicação, sem fotos ou qualquer registro. Eu ia nas casas, convidava as crianças e marcava nossos ensaios, pois sempre eram apresentadas bonitas coreografias”, afirma a professora aposentada, que lecionou na escola da localidade, Avaí, cessada em 2016.

Iolandi comenta que as fantasias eram feitas pensando na utilidade delas após o Carnaval, por isso as mães faziam exigências: “Faz uma roupa que pode ser usada depois, no dia a dia, principalmente na escola”, diziam elas. Além disso, uma das brincadeiras favoritas das crianças durante os intervalos das aulas era o Carnaval, pois sabiam cantar todas as músicas. “Eram tempos divertidos”, completa Iolandi.

Uma curiosidade importante destacada pela líder do bloco é a parceria de confiança que tinha com a loja de tecidos Culi Stertz. Ela conta que pegava as peças de tecido inteiras, levava na costureira para confecção das roupas das meninas e meninos e, depois, devolvia para a loja pagando o valor da metragem usada.

Uma das mais antigas coordenadoras, Iolandi Schmidt. (Foto: Divulgação)
Registro do bloco nos anos 90, feito por Elário Richter (pai de Mariléia), fotógrafo na época, em frente à sede de Linha Andréas. (Foto: Arquivo pessoal)

Ficha técnica do bloco Os Malandrinhos

  • Bloco: Os Malandrinhos
  • Fundação: Sem registro oficial, possivelmente na década de 1950
  • Participação: 22 integrantes
  • Faixa etária: Entre 1 e 13 anos
  • Cores: Sem cor específica, este ano foram tons em rosa
  • Fundadores: Sem registros oficiais. Ivo Waslawosky, Araci Richter e Iolandi Schmidt ensaiavam coreografias
  • Local: Associação de Leitura e Canto Jovialidade de Linha Andréas
  • Coordenadoras: Eara Henckes, Mariléia Eichler, Nára Specht e Rosani Bienert
Guilherme Schuch com a camiseta e Katherine Müller, Monique Becker, Roberta Schubert, Alana Kramer e Nicoli Wildner com as fantasias e bandeira da organização de 2025. (Foto: Divulgação)

40 anos

  • Em 2025, o Carnaval Infantil do Interior de Venâncio Aires completa 40 anos de história. Neste ano, foi eleita a 40ª corte, sempre formada por meninas de 8 a 12 anos. A exceção foi o ano de 2021, sem a realização de evento e escolha de corte em virtude da pandemia de Covid-19.
  • A Associação Carnavalesca do Interior de Venâncio Aires (Aciva), informalmente, existe desde 1985, mas foi fundada oficialmente dia 10 de novembro de 2013. No entanto, alguns blocos e bloquinhos de Carnaval deram início a sua história em anos anteriores a 1985.
  • O próximo e último bloco a ter a sua história contada nas páginas da Folha do Mate será Os Fofinhos, de Vila Deodoro. O conteúdo será publicado na edição do próximo sábado, dia 8 de março.


Luana Schweikart

Luana Schweikart

Jornalista formada pela Unisc - Universidade de Santa Cruz do Sul. Repórter do Jornal Folha do Mate e da Rádio Terra FM

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