Agroindústria Horta e Sabor, de Mato Leitão, recebe certificação em programa estadual

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A Agroindústria Horta e Sabor, primeira agroindústria de Mato Leitão especializada em derivados de aipim, alcançou a certificação no Programa Estadual de Agroindústria Familiar (PEAF), do Governo do Estado. O empreendimento, localizado na estrada para Vila Arroio Bonito, é uma iniciativa do casal Euclides e Márcia Wildner.

A tramitação das questões burocráticas, que garantem também o uso do selo ‘Sabor Gaúcho’, duraram cerca de seis meses e sempre contaram com o apoio da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente e da equipe do escritório local da Emater/Ascar. Com a certificação, o empreendimento pode comercializar produtos para a alimentação escolar, no Programa Aquisição de Alimentos (PAA), em estabelecimentos comerciais e em feiras regionais e estaduais.

Além do aipim descascado e congelado, a agroindústria Horta e Sabor produz e vende bolinho de aipim recheados com carne, queijo ou calabresa, coxinha de aipim recheadas com frango e chips de aipim. “São muitos anos trabalhando neste projeto. Agrega valor ao aipim que nós [família Wildner] produzimos na lavoura”, destacou Márcia. Segundo a empreendedora, a partir de agora inicia nova fase para a agroindústria, com a introdução dos produtos em mercados.

Produção

Na atual safra, a agroindústria já processou 14 toneladas de aipim, a partir de lavouras próprias. O empreendimento oferece cerca de 11 postos de trabalho no auge da safra, envolvendo todos os ciclos do aipim, desde a lavoura até o produto congelado.
“É uma iniciativa de sucesso. Envolve uma das principais culturas de Mato Leitão e região. Acompanhamos e auxiliamos em todos os sentidos. Acreditamos muito, enquanto Emater, nestas ideias inovadoras”, ressaltou o extensionista do escritório municipal, Rudinei Pinheiro Medeiros.

“Vejo essa agroindústria como uma coisa boa para todos – família, consumidores e município. É a diversificação garantindo renda. Propriedade virando empresa.”

RUDINEI PINHEIRO MEDEIROS – Extensionista do escritório municipal da Emater

Fonte: AI Prefeitura

Sobre o programa

  • O Programa Estadual de Agroindústria Familiar (PEAF) é uma das políticas públicas mais efetivas no desenvolvimento dos agricultores familiares, possibilitando o acesso à legalização, espaços de comercialização, assistência técnica e, consequentemente, melhoria nas condições de vida.
  • Todas as agroindústrias inclusas no programa estadual estão habilitadas a utilizar o selo ‘Sabor Gaúcho’. A marca serve como referência ao consumidor da procedência na agricultura familiar dos produtos comercializados e também traz segurança de que o produto é oriundo de um estabelecimento legalizado nos aspectos ambiental, sanitário e tributário.

Cultura do aipim entre as principais atividades agrícolas

Por Taís Fortes

A terra vermelha, típica de Mato Leitão e de algumas localidades do município vizinho de Venâncio Aires, favorece o cultivo de aipim no município. Segundo o extensionista do escritório municipal da Emater, Rudinei Pinheiro Medeiros, na Cidade das Orquídeas há 25 famílias que trabalham com a cultura, em uma área total de aproximadamente 150 hectares.

Apesar da importância econômica, especialmente pelo aipim ser uma das principais atividades agrícolas da Cidade das Orquídeas, nos últimos cinco anos, foi possível perceber uma queda no número de produtores. O principal fator apontado pelo profissional para essa redução é a dificuldade em conseguir mão de obra. “A colheita e todo o processo é manual, então exige muito trabalho braçal”, observa.
De acordo com Medeiros, a maior parte do aipim plantado em Mato Leitão é colhido e vendido em caixas ou mesmo os pés ainda na lavoura para os chamados atravessadores, que fazem as negociações com a Central Estadual de Abastecimento (Ceasa), principalmente. No município, o cultivo de aipim está presente, especialmente, em Vila Santo Antônio, em Linha São João, em Vila Arroio Bonito, Linha Puhl e Linha Boa Esperança Alta.
Medeiros também explica que normalmente a colheita do aipim é feita de forma escalonada, para que o produto seja entregue fresco ao comprador. A variedade mais cultivada em Mato Leitão é o Vassourinha.

“É uma atividade que representa muito e que temos um número importante de famílias trabalhando. Por estarmos localizados em uma região com terra vermelha, bem argilosa, essas características do solo são favoráveis para essa cultura e o aipim também não é tão exigente em relação a isso em comparação com outras culturas”, relatou.

Experiência

Em Linha São João, no interior, o casal Luiz Alberto Kappaun, 64 anos, e Rosane Maria Heinen Kappaun, 57 anos, mantém lavouras dessa cultura há décadas. Para esta safra, foram plantados dez hectares de aipim. Inicialmente, o casal também trabalhava com o cultivo de tabaco, mas desde 2016, o aipim se tornou a principal atividade da propriedade.

A variedade cultivada é o Vassourinha e a produção é comercializada para um atravessador. O plantio do aipim para a atual safra foi feito em agosto do ano passado. “Foram de 3,5 mil a quatro mil pés por tarde”, recordou. A colheita começou no dia 15 de fevereiro.

“Apesar da seca e das falhas em algumas ramas essa é uma safra com bons resultados”, avalia Kappaun. Ele concorda que uma das principais dificuldades em seguir na atividade está relacionada à falta de mão de obra. “Todo o trabalho é manual, incluindo a capina com a enxada”, comenta.

Silagem de aipim

  • Além da venda do aipim in natura e de produtos processados que o tem como matéria-prima, esse item pode ser usado para fazer silagem. Segundo o extensionista da Emater, Rudinei Medeiros, esse é um alimento que enriquece a alimentação do rebanho, uma vez que a rama e a folha do aipim tem grande concentração de proteína.
  • “É uma boa alternativa para o pequeno produtor familiar, porque é muito mais barata e um trato rico para os animais e até mesmo para vender. Também é uma forma a mais de agregar valor à matéria-prima e na nutrição animal”, explica.
  • Esse tipo de silagem pode ser usada, por exemplo, na alimentação de gado leiteiro de baixa produção, gado de corte e galinhas. Agricultores do município já trabalham em testes para produzir esse tipo de silagem.

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